O que vimos no domingo, 8 de janeiro, em Brasília, não foi somente a destruição das sedes dos poderes, mas um surto de viver um delírio coletivo de todos que estavam lá.
Desde a derrota do agora ex-presidente Jair Bolsonaro, seus apoiadores começaram a se reunir na frente dos quartéis para pedir intervenção militar, pois, para eles, Lula não poderia assumir a presidência e que houve fraude na eleição.
Acreditaram que o Eduardo Bolsonaro foi para o Catar para levar informações sobre o que estava acontecendo no Brasil, que segundo eles, o pleito presidencial foi roubado.
Outro delírio deles, é acreditar que o General Heleno que era o presidente do Brasil, não Lula. Chegaram a dizer que posse do Lula em 1.º de janeiro era tudo mentira, até a faixa presidencial que era diferente da usada por Bolsonaro foi alvo de notícias falsas dizendo que a faixa não era a verdadeira e por isso Lula não teria tomado posse.
Esses exemplos são somente um pouco do que aconteceu nos grupos de WhatsApp e Telegram, onde as mentiras correm soltas e todos eles acreditam, e assim, pensaram que a bagunça perpetrada por eles no último domingo seria o suficiente para as Forças Armadas (FA) darem um golpe e que não aconteceu.
Essas pessoas estão vivendo uma realidade que não existe. A todo momento para eles Bolsonaro está tramando algo escondido para voltar ao Palácio do Planalto com a ajuda das FA.
Esse universo criado por eles, fez as pessoas perderem emprego, família, um monte de idosos participando do quebra-quebra. Algo nunca visto neste país.
Se quer ter certeza do que estou falando. É só procurar alguns vídeos que estão circulando na internet. Quando Lula assinou o decreto de intervenção na segurança pública do Distrito Federal (DF), eles comemoraram achando que era a intervenção militar que eles tanto desejavam.
Depois que foram presos para prestar depoimento da Polícia Federal, alguns cairão em si e perceberão a besteira que fizeram, mas outros ainda nutrirão o sonho de tirar o Lula do poder.
O fanatismo leva a essa situação. Esperemos que logo melhore e o Brasil volte a sua normalidade.
Manoel Paulo
Jornalista