Artigo - Transição justa no mundo do trabalho depende de um sindicalismo forte

A transformação da economia global impõe ao movimento sindical o desafio de fazer uma transição justa, que preserve as relações humanas e resguarde os direitos dos trabalhadores. O sindicalismo surgiu como consequência do conflito entre capital e trabalho, no qual um possuía os meios de produção e o outro a força de trabalho. Mas, com o advento da tecnologia, essa estrutura organizacional foi modificada.

Os trabalhadores, que antes se organizavam para reivindicar salários justos, garantia de emprego e melhores condições de segurança e saúde, agora concentram as suas lutas em objetivos individuais. A flexibilidade, a globalização e a tecnologia permitiram a criação de um novo perfil de trabalhador. A informatização, aliada à perda dos laços sociais, levou a um elevado grau de individualismo.

O mundo atual exige dos dirigentes sindicais, agilidade, capacidade de percepção, alto nível de conhecimento e disposição para se atualizar. O movimento sindical deve voltar à sua origem de luta por um mundo mais democrático, justo e inclusivo. É necessário ter humildade para aprender e investir na formação de dirigentes sindicais. Ao investir na capacitação de novos líderes, temos a oportunidade de promover mudanças qualitativas e significativas.

É imperativo manter o foco, pois o que está em jogo é a manutenção do emprego. As transformações sucessivas no mundo do trabalho e a velocidade das mudanças sofridas em escala global desestabilizaram a organização dos trabalhadores. É urgente superar os padrões da estrutura e criar uma agenda sindical para discutir a realidade social.

Como atores deste processo, precisamos obter uma resposta e cobrar de forma precisa do governo e dos poderes constituídos mudanças na legislação para proteger e valorizar a força de trabalho que gera as riquezas do planeta.

Para que esta transição seja justa, é necessário um intercâmbio, com discussões e diálogos bilaterais com o mundo, pois todos estamos no mesmo barco e o naufrágio não é o nosso objetivo. O movimento sindical deve estar envolvido em lutas populares para despertar nos trabalhadores a consciência de que precisam de melhores condições sociais.

Sem a luta, não há conquista!

Frentista é linha de frente!


Eusébio Pinto Neto
Presidente da Federação Nacional dos Frentistas

 

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