UGT, Força Sindical, Nova Central e CSB se reuniram nesta segunda (30) para definir propostas que serão encaminhadas ao governo sobre reforma da Previdência. A reunião, na sede do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), em SP, reafirmou a posição das Centrais contra a fixação de uma idade mínima para aposentadoria e mudanças que equiparam idade de homens e mulheres.
As entidades também decidiram trabalhar uma proposta que tenha por base melhorar a arrecadação e reduzir a sonegação como forma de equilibrar as contas da Previdência. As Centrais teriam encontro com o governo na sexta (3), mas a reunião foi remarcada para o dia 10.
Segundo o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), o Dieese ficou encarregado de elaborar documento com as propostas. Entre elas, já está definido que os sindicalistas vão pedir o fim das desonerações fiscais, que provocaram perdas na arrecadação da Previdência; cobrar as filantrópicas que não pagam a Previdência; cobrar as dívidas fazendo um Refis (Programa de Recuperação Fiscal) para os devedores; e regulamentar os jogos de azar, que passariam a gerar receita para o regime de previdência pública.
“Além das propostas para reequilibrar o caixa previdenciário, os representantes das Centrais presentes decidiram unificar uma proposta contra a fixação da idade mínima”, afirma Juruna. Segundo ele, a medida prejudica os trabalhadores que começaram a trabalhar mais cedo.
Para o secretário-geral da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), Alvaro Egea, é preciso melhorar o sistema de cobrança dos grandes devedores. “Existem muitas dívidas em atraso, que a Receita não tem demonstrado capacidade de cobrança”, destaca. Ele critica o desmantelamento do sistema de fiscalização do ministério, observando que a unificação com a antiga Receita Federal ocorreu “em prejuízo da Previdência”.
Egea ressalta que as Centrais também vão defender a manutenção do Ministério da Previdência, com autonomia e orçamento próprio. “Não aceitamos a extinção da Pasta, como pretende o governo, passando a gestão dos recursos para a Fazenda”, diz.
O dirigente da CSB também defendeu o debate sobre formas de englobar os 13 milhões de trabalhadores que estão na informalidade. “É uma forma de fortalecer a arrecadação do sistema e também de garantir proteção e cobertura previdenciária a esse enorme contingente”, afirma.