Notícia - Campanha Salarial 2017: Possibilidade de acordo ainda é distante

Após propor, durante a primeira rodada, a redução de salários e a alteração de direitos já consolidados, a comissão de negociação do Seprosp voltou à mesa nesta quinta-feira, 19, sem apresentar melhorias significativas. Realizada pela primeira vez na sede do Sindpd, a  segunda rodada terminou sem grandes avanços. O sindicato patronal manteve a redução de salários ao propor um reajuste de 4% acrescido de abono salarial de 15% a ser pago em outubro. A oferta ainda está distante de repor a inflação do período, que fechou em 6,58%.


Com o intuito de garantir avanços e oferecer a proteção necessária à categoria, o Sindicato refutou veemente todas as possibilidades de retrocesso. Para Antonio Neto, não há contraproposta sem a reposição das perdas inflacionárias. Diante do espírito pessimista e do comportamento irredutível do patronato, e ciente da importância de garantir um reajuste digno para os trabalhadores de TI, o Sindpd pleiteia por 8,58% de reajuste - representado pela correção acumulada do INPC de 2016 e acréscimo de 2% de aumento real. Para o vale-refeição, o valor proposto pelo Seprosp foi de R$ 17,50. Como contraproposta, o Sindicato apresentou o reajuste de R$ 20 para carga horária acima de seis horas, e R$ 18 para a jornada de até seis horas diárias.


Passos lentos


Contrariando o desenvolvimento do setor, que demanda um número cada vez maior de profissionais qualificados e apresenta crescimento comprovado no País, o patronato refutou inúmeras cláusulas propostas pelo Sindpd em favor do profissional de TI. A passos lentos, a comissão patronal apresentou duas propostas de melhorias. A primeira, referente à estabilidade paternal - a garantia de emprego para os pais passa a ser a partir do 7º mês de gestação. Já o auxílio-creche obteve aumento para crianças de 24 a 60 meses - passa de 30% para 40%, mesmo índice aplicado aos filhos com até 24 meses.


Trazidas pelo patronato já na primeira rodada de negociação, propostas que representam corte de direitos foram novamente criticadas pelo presidente do Sindpd. A alteração do parágrafo que impõe a renovação da PLR às empresas que já oferecem o benefício e o desconto do vale-refeição em caso de faltas ou ausências dos trabalhadores são, segundo Antonio Neto, inaceitáveis. "Essas são conquistas essenciais para a categoria, pilares das greves de 2011 e 2014. Para nós são pedras de toque [princípios básicos] impassíveis de retrocesso. Se mexermos aqui, é para melhorar", ratificou o dirigente.


Em busca de avanços


Em defesa da valorização profissional, uma das bandeiras levantadas pelo Sindpd é o pagamento de salários dignos aos trabalhadores do estado. Presente na Convenção Coletiva da categoria, a determinação de salários normativos garante um patamar mínimo de remuneração, além de frear o comportamento predatório e desleal de algumas empresas do setor. Na Campanha desse ano, o Sindpd pleiteia a inclusão dos cargos de analista e programador, além de buscar pisos salariais acima da média regional de São Paulo.


Ainda durante a segunda rodada, Antonio Neto ressaltou a dificuldade enfrentada nas negociações com o setor patronal. "Quando defendemos a regulamentação da profissão, os patrões insistem que temos maturidade para conversar e para fazermos negociação, estabelecendo parâmetros mínimos. Quando as discussões são apresentadas na mesa,  eles jogam isso para o Congresso e se negam a negociar", destacou.


Neto reafirmou também a importância das reivindicações do Sindicato. Amplamente debatida com a categoria em assembleias realizadas em todo o estado, a pauta aborda questões fundamentais para os trabalhadores de TI e garante o avanço do setor. O presidente do Sindpd levou as questões novamente à tona e pediu seriedade na análise. O pagamento de 100% nas duas primeiras horas extraordinárias e 150% nas demais e finais de semana, licença-maternidade de 180 dias, bem como o seguro de vida equivalente a 30 pisos salariais e o vale-alimentação não foram ao menos colocadas à mesa pelo Seprosp. A próxima rodada acontece no dia 24 de janeiro, às 15 horas, na sede do sindicato patronal.


Principais demandas do Sindpd:


- Reajuste salarial de 8,58% (INPC de 2016 mais 2% de aumento real);


- Redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais sem diminuição de salários;


- Pagamento de vale-alimentação;


- Vale-refeição de R$ 20 para jornada superior a 6h/dia e R$ 18 para até 6h/dia.


- Pagamento integral de plano médico, hoje custeado em 70% pelos trabalhadores;

 

- Hora extra de 100% nas duas primeiras horas e 150% nas demais e finais de semana;


- Licença-maternidade obrigatória de 180 dias;


- Seguro de vida equivalente a 30 pisos salariais;


- Garantia de reembolso de km para trabalhadores que usam os próprios veículos;


- Pagamento de vale-cultura;


- Custeio de bolsa de estudo para qualificação profissional.


O que propôs o Seprosp:


- Reajuste salarial de 4% acrescido de abono de 15% pago em outubro;


- Vale-refeição de R$ 17,50;


- Auxílio-creche de 40% para crianças de até 60 meses;


- Manutenção da jornada de trabalho em 40 horas semanais;


- Redução da multa para empresas que atrasam salários;


- Desobrigação de continuidade da PLR para empresas que já pagam o benefício;


- Desconto do vale-refeição em caso de faltas ou ausências dos trabalhadores;


- Cobrança de coparticipação em planos de saúde e também dos procedimentos;


- Rejeição a todas as demais propostas feitas pelo Sindpd.


Fonte:  Sindpd - 20/01/2017


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