Notícia - Entrevista: Criação de empregos na construção civil ainda demora, diz Ramalho

Em entrevista concedida a Força Sindical, o presidente do SINTRACON-SP, Antonio Ramalho, avalia a atual situação da construção civil.

O governo e o mercado comemoram a geração de 60 mil empregos em abril. Os trabalhadores da construção civil também compartilham desse otimismo?

Antonio de Sousa Ramalho – Esse início de reativação da economia foi muita influenciado pela liberação das contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), mas no setor da construção civil a geração de emprego deve demorar mais um ano aproximadamente.

O senhor pode explicar essa demora?

Ramalho – O setor está muito emperrado, com estoque de apartamentos vazios. Tanto que os preços baixaram 31% em relação aos preços que foram estipulados inicialmente, mas ainda não tem compradores. Uma outra medida adotada pelo governo federal movimenta a cadeia da construção civil, mas não gera emprego.

Que medida é essa?

Ramalho – É o Cartão Reforma criado pelo governo federal. Com o Cartão Reforma, famílias de baixa renda que recebem até três salários-mínimos, o equivalente a R$ 2,8 mil, terão acesso ao crédito para reforma, ampliação, promoção da acessibilidade ou conclusão de obras. Esse trabalho geralmente é feito pelos proprietários ou em mutirão. Poucas pessoas pagam trabalhadores da construção para isso.

O senhor já assinou o acordo da Convenção Coletiva da sua categoria nesse ano?

Ramalho – Sim. O acordo foi de reposição do INPC do período, que foi repassado para o vale alimentação. Não teve aumento real.

E as propostas de reforma?

Ramalho – O governo está tirando direitos dos trabalhadores em uma velocidade muito grande. É um grande golpe. Estivemos (junto com companheiros da Força) em visita ao presidente do TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho). Se tem uma Justiça que anda rápido no Brasil é a do Trabalho. Falamos sobre as novidades, como as propostas de reformas trabalhista e previdenciária. A reforma trabalhista não gera emprego e não vai inibir o processo trabalhista. Com essa medida, os empresários deram um tiro no pé. Por exemplo, como o trabalhador pode almoçar em meia hora? Em grandes empresas precisa pegar o elevador e enfrentar a longa fila do restaurante.


Fonte:  Assessoria de imprensa da Força Sindical - 19/05/2017


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