Notícia - Recessão, desemprego e crise política barram retomada do crescimento e futuro do país

Recessão, desemprego e crise política barram retomada do crescimento e futuro do país avaliam economistas e institutos de pesquisas nacionais. Para os economistas, o crescimento de 1,5%, no acumulado do ano, não empolga e não sinaliza para o aquecimento da economia, com geração de emprego e valorização do trabalho.

Além disso, a recuperação em 2017 foi lenta demais e motivada, sobretudo, por uma melhora genérica no consumo e apostar no aquecimento do agronegócio e do setor de serviços, sem a retomada de fato da atividade industrial, não cria horizonte de sustentação para um crescimento sustentável com a ampliação do  número de postos de trabalho. 

Ao avaliar o cenário, o economista Márcio Pochmann lembra que "de 1980 para cá tivemos três recessões. Uma de 1981 a 1983, outra de 1990 a 1992 e essa terceira iniciada em 2015. O que se diferencia a atual dessas outras duas? Essa (atual) é uma crise em que temos queda por dois anos subsequentes e possivelmente teremos um terceiro ano de queda, ao menos no ponto de vista da renda per capita. Mesmo que a economia cresça 0,5%, o PIB por habitante vai cair. Não havíamos experimentado ainda uma situação como essa, de queda continuada", afirmou

O economista ainda destacou o feito do avanço do desemprego. "O crescimento do desemprego é sem paralelo se comparado com os anos 1980 e 1990, cresceu muito rapidamente e o aumento da pobreza também tem sido mais rápido que outrora. Com a continuidade da crise, estamos caminhando para um problema maior de convulsão social no país".

A esse cenário também devemos somara o efeito da crise política e os personagens que surfam nela. Para os economistas, isso não empolga e condiciona a volta do crescimento somente em 2019, quando o Brasil poderá está dando posse a um novo governo, um que tenha como projeto o fortalecimento do setor produtivo, a retomada dos investimentos, a valorização do trabalho e a geração de emprego.

Pochmann ainda acrescentou que o Brasil saiu da recessão, em 1983, com a indústria representando 27% do PIB (Produto Interno Bruto). "A recuperação se deu pelo mercado interno, indústria e seus efeitos subsequentes. Na década de 1990, a indústria representava abaixo de 20%, mas ainda era um quinto do produto nacional. Hoje, temos uma indústria que representa 8% ou 9% do PIB, (nível) semelhante à década de 1910". Segundo ele, o setor precisa de muito mais para fazer valer a afirmação que "a economia está se recuperando".

Luta pelo emprego e a retomada do crescimento

Diante de número tão alarmantes, o movimento sindical tem construído ampla agenda e vem dialogando com diversos setores, inclusive o setor produtivo. Na pauta, a construção de uma unidade pelo emprego e por um projeto de retomada do crescimento que valorize o trabalho.

A base metalúrgica brasileira está fortemente organizada em torno de uma campanha nacional, "Brasil Metalúrgico", que além do emprego cobra proposta que brequem a desindustrialização e fortaleça o setor produtivo nacional.

Com agenda, centrais sindicais, federações e confederações estão convocando um Dia Nacional de Paralizações dia 10 de novembro, em todo o Brasil, para denunciar a agenda regressiva, que tem sua maior expressão com as reformas trabalhista e da Previdência; o desemprego, que atinge milhões de brasileiros; as privatizações em setores estratégicos para a economia nacional; o desmonte do Estado, atingido em cheio a Educação e a Saúde; e a desaceleração da economia.

Portal CTB - Com informações da Carta Capital


Fonte:  Joanne Mota - Portal CTB - 17/10/2017


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