Este ano, as empresas que fazem o transporte urbano da capital alagoana deixaram de transportar mais de 630 mil passageiros. Os números, considerados “preocupantes” pelo setor, foram divulgados ontem pelo Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de Maceió (Sinturb). 

A queda é a maior desde 2015 e, de acordo com o Sinturb, o transporte clandestino de passageiros é a principal causa do declínio. “As pessoas ainda precisam do transporte, pagam por ele, mas da forma errada. O dinheiro vai parar na mão dos irregulares”, manifestou-se a entidade patronal, por meio de sua assessoria. O relatório revela que, em 2016, as empresas de coletivos urbanos transportaram 6.439.737 passageiros em Maceió. 

Na comparação com o mesmo período deste ano, o sindicato estima em 10% a redução do número de passageiros pagantes. Desde 2015, ano seguinte à licitação das empresas que atuam como fornecedoras dos serviços de transporte coletivo – Cidade de Maceió, São Francisco, Real Alagoas e Veleiro –, o setor amarga uma queda de 17% na quantidade de usuários pagantes, o que representa 1.175.035 clientes a menos todo mês. 

Antes do processo de licitação, em 2014, as empresas atendiam 6.986.300 passageiros ao mês, chegando, inclusive, à marca de sete milhões de pagantes nos meses de julho a dezembro do mesmo ano, informa a assessoria da entidade.

O sindicato atribui a perda de passageiros à migração dos usuários para o transporte clandestino. Nessa categoria, foram citados os táxis e veículos que fazem lotação clandestinamente e, ainda, os serviços de transporte oferecidos por meio de aplicativos.

Como consequência dessa perda, o Sinturb revela que os resultados podem influenciar o aumento da tarifa dos coletivos no ano que vem. “O reajuste já vem sendo discutido pela categoria”, alertou a assessoria do Sinturb.