Notícia - Instituições buscam mais engajamento com sustentabilidade

Os bancos e fintechs querem aproximar suas estratégias de mercado dos objetivos globais do desenvolvimento sustentável (ODS). Carlo Pereira, secretário executivo da Rede Brasil Pacto Global, afirma que dos 17 ODS estabelecidos pela ONU e que devem ser implementados por todos os países até 2030, pelo menos quatro deles "dialogam" diretamente com o setor financeiro.

Entram nesta lista a erradicação da pobreza, instituições eficazes e energia limpa. "Pesquisas indicam que somente o segmento de finanças digitais pode gerar 95 milhões de empregos, até 2020", diz. "Nesse ritmo, os bancos podem ajudar a criar mais investimentos para cumprir os compromissos mundiais de sustentabilidade."

Criada em 2003 e considerada a quarta maior rede do gênero no mundo, com 700 signatários, a Rede Brasil do Pacto Global é vinculada ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Promove ações lideradas pelo setor privado, por meio de parcerias com a sociedade civil, agências da ONU e governos. A atual presidente é Denise Hills, superintendente de sustentabilidade e negócios inclusivos do Itaú Unibanco.

Para Fiona Bayat-Renoux, diretora da Aliança Financeira Digital Sustentável (SDFA, da sigla em inglês), os bancos precisam investir mais em tecnologias digitais para gerar resultados capazes de atingir os ODS. Já há vários projetos em andamento, mas muito a ser feito, na Ásia, África e Brasil, diz.

"Na China, serão necessários US$ 600 milhões somente para investimentos "verdes". Desse total, apenas 15% virão do governo." O setor bancário considera os investimentos "verdes" tudo o que pode bancar iniciativas de efeito socioambiental. "Do total de empréstimos bancários no mundo, apenas de 5% a 10% são alocados em projetos dessa linha."

No gigante asiático, a Ant Financial Services, afiliada do grupo de comércio eletrônico Alibaba, criou o aplicativo Ant Forest, que estimula os assinantes a realizar atividades como alugar bicicletas ou caminhar. As ações que resultam na diminuição das emissões de carbono são recompensadas com um sistema de pontos, usado para plantar árvores. Entre 2016 e 2017, a novidade atraiu 280 milhões de usuários, que ajudaram a financiar o plantio de 13 milhões de mudas.

No Quênia, a M-Kopa, fornecedora de energia solar para residências e sempre listada como uma das empresas mais inovadoras do mundo, criou um sistema móvel para entregar eletricidade a crédito. Atinge hoje mais de 600 mil famílias. "A projeção de economia para os moradores, nos próximos quatro anos, é de US$ 450 milhões."

No Brasil, o Laboratório de Inovação Financeira (LAB), um projeto da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), atua na criação de novos instrumentos de investimento. Foi criado no ano passado e mantém grupos de discussão sobre inovações financeiras que possam levantar projetos em áreas como energias renováveis e saneamento.


Fonte:  Valor Econômico - 20/06/2018


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