Para enfrentar os retrocessos da política de privatizações do governo, parlamentares e lideranças do movimento social e sindical se mobilizam hoje em Brasília.
Uma audiência pública, na Câmara dos Deputados, fará o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa das Refinarias da Petrobras e Contra a sua Privatização. São necessárias 198 assinaturas para a sua criação.
A frente reúne deputados dos partidos de esquerda, entre eles PT, PCdoB e PSB. Entre os integrantes da FPDR, estão o deputado Bohn Gazz (PT-RS), a deputada Luciana Santos (PCdoB-PE) e o deputado Tadeu Alencar (PSB-PE).
Divanilton Pereira: "Vamos cometer o mesmo erro histórico?"
Na ocasião, também será apresentado o Projeto de Lei 1339/15, do deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), já aprovado na Comissão de Minas e Energia em dezembro passado, e que trata justamente da questão das refinarias, condicionando a exportação do pré-sal ao atendimento do mercado interno por derivados básicos refinados em território brasileiro.
"O objetivo do projeto é que o Brasil seja autossuficiente em derivados básicos e não volte a ser um mero exportador de óleo cru", afirma Lopes ao portal da Câmara. A proposta do projeto, diz ele, é estimular a construção de unidades de refino de petróleo no Brasil, o desenvolvimento regional e a geração de emprego e de renda para o povo brasileiro.
Dirigente da Federação Única dos Petroleiros e vice-presidente da CTB, Divanilton Pereira destaca a importância do projeto e enfatiza que é preciso brecar a estratégia do governo, focada em vender, baixar a capacidade de refino e dolarizar preços.
Ele explica que a estratégia anterior da política energética do país era aumentar a capacidade de refino, já que a produção de pré-sal não para de crescer. "O plano era abrir novas refinarias no Maranhão, Ceará e Pernambuco", diz o dirigente.
No entanto, com a guinada neoliberal na gestão da estatal, o Brasil tomou novo rumo: abandonou o projeto de ter novas refinarias e deixou as existentes ociosas, funcionando com 68% de sua capacidade, aumentando exponencialmente as importações de derivados.
"O Brasil precisa saber se é correto voltar a ser, novamente, um exportador de cana, de borracha, de pau brasil e, agora, de petróleo. Vamos cometer o mesmo erro histórico?", indaga.