Nesta terça-feira (14), a direção do Sindmotoristas/SP começou logo cedo a circular em carro de som pelos terminais e pontos de ônibus da capital paulista, com o intuito de informar a população sobre a luta que a categoria está travando com os empresários do setor por melhores condições de trabalho e salário, bem como, pela garantia do emprego.
Ainda, nesses locais, foram entregues “Carta Aberta à População”, que denuncia a má vontade e ganância do patrões para negociar um acordo que faça justiça aos trabalhadores em transportes, concedendo-lhes a valorização devida dos seus direitos.
Essa operação que acontece hoje e amanhã faz parte do plano de lutas, aprovada em plenária pela categoria, na última semana.
No Terminal Parque D. Pedro, os dirigentes Luiz Gonçalves, Zé Carlos Negão, Luizão e o assessor do sindicato, Toninho, lembraram os ataques que a classe trabalhadora vem sofrendo. Primeiro, foram a Terceirização e a Reforma Trabalhista, agora, o Governo Bolsonaro articula um novo golpe com o Congresso Nacional para aprovar a Reforma da Previdência, que dificulta o acesso à aposentadoria da classe mais pobre e favorece um pequeno grupo de privilegiados.
“Todas essas mudanças refletem negativamente nas relações do capital e trabalho. Nós, condutores, estamos sentindo isso fortemente na campanha salarial deste ano. O patronal quer a qualquer preço precarizar ou extinguir direitos, mas a nossa categoria não foge à luta e está pronta para fazer o enfrentamento, inclusive, não está descartada a realização de uma paralisação do sistema. Em nossos direitos não se mexem, ampliam-se”, afirmou o presidente em exercício do Sindmotoristas/SP, durante discurso para os trabalhadores e usuários de ônibus, no Terminal Parque D. Pedro.
A Prefeitura também tem conhecimento do movimento dos condutores, sabe que a falta de um acordo salarial, poderá levar a categoria a adotar medidas mais drásticas, uma vez que ela não pode ser prejudicada por causa deste patrão “fominha”. Esses empresários estão prestes a assinar o novo contrato de exploração do serviço de transporte público da cidade, garantindo a eles lucros exorbitantes pelos próximos 20 anos.
O fato é que o prazo está acabando. Haverá uma assembleia decisiva da categoria, dia 16, às 15 horas, com a presença de mais de 8 mil trabalhadores, no CMTC Clube. Na ocasião, poderá ser decretado o Estado de Greve, caso não haja uma proposta decente do patrão.
Os condutores fazem a sua parte, defendem seus direitos e emprego. E, confiantes, também esperam contar com um reforço de peso à sua luta: o apoio da população de São Paulo.