Os trabalhadores metalúrgicos nas cidades de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra estão unidos e a expectativa é de uma forte adesão à Greve Geral contra a reforma da Previdência, que acontece nesta sexta, 14 de junho, convocada pela CUT e demais centrais sindicais. “Nossa categoria está muito mobilizada para realizarmos amanhã uma das maiores greves que este País já viu. Os metalúrgicos têm clareza do que é essa reforma da Previdência, uma proposta que, na verdade representa o fim do direito à aposentadoria depois de uma vida inteira de trabalho”, destaca o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, o Wagnão.
Desde que foi definida a data da Greve Geral, em reunião das centrais sindicais, os Metalúrgicos do ABC intensificaram as atividades de esclarecimento e mobilização contra a reforma. Foram realizadas oficinas com técnicos do Dieese, para que os trabalhadores pudessem tirar dúvidas e entender ponto a ponto do que estava sendo discutido. “É direito do trabalhador saber exatamente o que o governo está propondo, entender de que forma essas mudanças mexem com sua vida, com seus planos, com o sustento de suas famílias”, ressalta o dirigente.
Além das oficinas, foram realizadas também assembleias em portas de fábrica e conversas com trabalhadores, para reforçar o chamado à luta. Nesta quinta, 13, teve assembleia na Mercedes-Benz e na Scania, em São Bernardo, e na Apis Delta e Isringhausen, em Diadema. A orientação do Sindicato, segundo o secretário-geral, Aroaldo Oliveira da Silva, é para que nesta sexta-feira os trabalhadores da base não saiam de casa para trabalhar. “Não faremos atos de rua aqui no ABC. O trabalhador está orientado a não ir à fábrica. E quem puder convidamos a participar, à tarde, do ato promovido pelas centrais em São Paulo”.
O secretário-geral reforça que a expectativa é muito positiva, não só na categoria metalúrgica, mas também em diversos outros setores no ABC. “Esperamos uma adesão forte à greve. Os sindicatos de diversas categorias se emprenharam bastante, fizeram uma série de atividades. Nós, metalúrgicos, também atuamos para além da nossa categoria, ajudando a fazer panfletagem nas ruas, esclarecendo e mobilizando a população. Amanhã vamos parar, com certeza”, avalia Aroaldo.
Na Mercedes, as assembleias desta sexta foram realizadas nas entradas dos turnos. O diretor administrativo do Sindicato, Moisés Selerges, que conduziu a atividade, lembrou aos trabalhadores que a luta não é só pela geração atual, é pelo futuro de filhos e netos. “Em um cenário de carteira verde e amarela, de discursos de ‘ou emprego ou direitos’, essa Greve Geral é um aviso de que não vamos aceitar ataques contra a classe trabalhadora”, afirmou.