Notícia - Funcionários da Latam fazem protesto no aeroporto de Guarulhos contra a demissão de 2.700 empregados da empresa

Um grupo de funcionários da empresa aérea Latam realiza nesta quinta-feira (6) um protesto no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, contra a demissão de 2.700 funcionários anunciada pela empresa na sexta-feira (31).

A manifestação começou por volta das 12h e acontece em frente ao balcão de ckeck-in da empresa, no Terminal 2 do aeroporto. Segundo a concessionário GRU Airport, a manifestação não atrapalha o atendimento e nem o embarque e desembarque de passageiros.

Exibindo cartazes contra as demissões, os manifestantes percorreram várias áreas do aeroporto gritando palavras de ordem contra as demissões. O grupo afirma que vai acampar no local até que a Latam reabra as negociações com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), que representa a categoria, para reverter as demissões.

Procurada, a Latam afirmou por meio de nota que sempre esteve "aberta ao diálogo" com a categoria e que as demissões são reflexo da crise que o setor aéreo enfrenta durante a pandemia do novo coronavírus.

"A pandemia do Covid-19 representa a maior crise de saúde pública da história e está afetando drasticamente toda a indústria mundial da aviação. A LATAM é a maior e mais antiga das três empresas que atuam no Brasil e remunera mais os tripulantes tanto em voos domésticos quanto em internacionais, por isso, a empresa tem a necessidade de equiparar-se às práticas do setor. Diversas vezes essa pauta foi objeto de negociação com o sindicato, contudo a atual crise torna essa medida ainda mais imprescindível para a LATAM. A empresa sempre esteve aberta ao diálogo com o objetivo de preservar o máximo de empregos possíveis e manter a sua sustentabilidade no longo prazo", diz a companhia aérea (veja íntegra da nota abaixo).

Demissões anunciadas

Afetada pela crise econômica provocada pelo coronavírus, a companhia aérea Latam informou na sexta-feira (31) que vai iniciar um processo de demissão de, no mínimo, 2,7 mil pilotos e comissários. O corte equivale a 38% do total de tripulantes, segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA).

A empresa anunciou a decisão depois que as negociações com o sindicato dos trabalhadores foram encerradas. Nesta sexta, tripulantes rejeitaram que o SNA continue discutindo com a companhia aérea uma redução permanente de salários.

Em comunicado, a empresa afirmou que decidiu abrir um pedido de demissão voluntária (PDV) de hoje até 4 de agosto. Depois, serão iniciados os desligamentos.

"A Latam é a maior e mais antiga das três empresas que atuam no Brasil e remunera mais os tripulantes tanto em voos domésticos quanto em internacionais, por isso, a empresa tem a necessidade de equiparar-se às práticas do setor", informou a companhia em nota.

Recuperação judicialComo todo o setor aéreo, a Latam tem enfrentado bastante dificuldade para sobreviver aos estragos provocados pela crise econômica. No início deste mês, a Latam Brasil entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos.

Em maio, o grupo Latam Airlines e suas afiliadas no Chile, Peru, Colômbia, Equador e Estados Unidos já tinham entrado no processo de reestruturação de dívida sob a proteção do Capítulo 11 da lei de falências dos Estados Unidos, que permite um prazo para que as empresas se reorganizem financeiramente. Naquela ocasião, entretanto, a Latam Brasil tinha ficado de fora.

A Latam Brasil tem uma dívida de R$ 7 bilhões, principalmente com empresas de leasing e bancos. O endividamento de todo o grupo é de US$ 10 bilhões. Incluindo as provisões futuras, a dívida salta para US$ 17,9 bilhões.

Aporte

Também no início deste mês, o Grupo Latam Airlines informou que fechou um acordo de financiamento no valor de US$ 1,3 bilhão. O valor será repassado pela Oaktree Capital Management e suas empresas afiliadas.

Esse empréstimo se soma aos US$ 900 milhões anunciados pelas famílias Cueto e Amaro e pela Qatar Airways quando a Latam entrou com pedido de recuperação judicial nos EUA. Esse valor pode ser aumentado em mais US$ 250 milhões pelos acionistas controladores da empresa, se for aprovado pelo tribunal de Nova York..


Íntegra da nota da Latam nesta quinta (6):

"A Latam informa que, após a confirmação do resultado da assembleia conduzida pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) na última sexta-feira (31/7), teve a proposta de futura alteração do modelo de remuneração rejeitada e iniciou o processo de redução do quadro de tripulantes. Desde 31/7 até o dia 4 de agosto a empresa abre processo de pedido de demissão voluntária (PDV) e, após essa data, serão iniciados os desligamentos de no mínimo dois mil e setecentos tripulantes. A pandemia do COVID-19 representa a maior crise de saúde pública da história e está afetando drasticamente toda a indústria mundial da aviação. A LATAM é a maior e mais antiga das três empresas que atuam no Brasil e remunera mais os tripulantes tanto em voos domésticos quanto em internacionais, por isso, a empresa tem a necessidade de equiparar-se às práticas do setor. Diversas vezes essa pauta foi objeto de negociação com o sindicato, contudo a atual crise torna essa medida ainda mais imprescindível para a LATAM. A empresa sempre esteve aberta ao diálogo com o objetivo de preservar o máximo de empregos possíveis e manter a sua sustentabilidade no longo prazo".

 


Fonte:  G1 SP - São Paulo - 06/08/2020


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