O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) disse em um debate sobre a reforma administrativa, realizado pela CSB, neste momento, que o suposto inchaço do Estado brasileiro é uma “fábula”. “O mito do inchaço do Estado brasileiro é uma fábula. O Brasil tem muito menos funcionários públicos do que precisa”, apontou Molon.
O parlamentar usou seu tempo de fala para lembrar da trajetória da doutrina econômica neoliberal, que trata o Estado como incapaz de gerir a si mesmo e que se popularizou no mundo nos últimos 50 anos, tendo Margareth Tatcher e Ronald Reagan como grandes defensores. “Na América do Sul, o neoliberalismo foi aplicado primeiro no Chile, em um governo militar do ditador Pinochet, pelos ‘Chicago Boys’. Um desastre”.
O deputado se mostrou contrário à reforma administrativa proposta pelo governo Bolsonaro. “Querem enfiar pela goela dos brasileiros essa ideia de que tudo que se precisa é a redução do Estado, cortar gastos, tratar o servidor como eterno culpado de todos os problemas brasileiros. E tentar mais uma vez atribuir à essas saídas a solução para os problemas brasileiros”, discordou.
“Milagres” econômicos
Alessandro Molon listou os “milagres econômicos” que foram prometidos a cada reforma feita no país nos últimos anos, como as reformas trabalhista e da previdência.
“Foi assim na PEC do teto de gastos, onde se disse que o país recuperaria sua credibilidade. Depois, ela não foi suficiente e foi feita a reforma trabalhista. Foram cortados empregos e os problemas não foram resolvidos. Depois foi a reforma da previdência. E qual foi o resultado disso? Nenhuma mudança na credibilidade do país. Os empregos não vieram”, lembrou.
“E agora é a reforma administrativa, a suposta solução para todos os males do país. Não é um bom caminho. Basta olhar para os outros países, inclusive aqueles que se quer copiar, para desmontar a falácia dessa agenda”, apontou.
Importância do serviço público
Alessandro Molon mencionou o SUS e sua estrutura como um exemplo de serviço público essencial para um país. “A capacidade de vacinação em massa do Brasil é de 3 milhões de doses por dia. Não é um milhão, como tem sido feito. É que não tem vacina, por incompetência do governo Bolsonaro”.
O parlamentar cobrou uma mudança na política fiscal do país em relação ao combate às desigualdades. “No Brasil, os super ricos não pagam impostos e não querem pagar”.
Governo Dilma e o neoliberalismo
O ex-integrante do PT criticou a nomeação de Joaquim Levy após a reeleição de Dilma Rousseff, em 2014, tratando como uma cessão do PT ao neoliberalismo.
“O governo Dilma cedeu ao neoliberalismo e nomeou o Levy para comandar a economia contra aquilo que tinha defendido na campanha de 2014, inclusive quebrando a própria base de apoio eleitoral”, lembrou.