Pela primeira vez nesses quase 37 anos de vida, a CUT São Paulo teve de se reinventar em suas ações frente a uma pandemia que já vitimou quase 580 mil trabalhadores e trabalhadoras. A 16° Plenária Estatutária da CUT-SP ‘João Felício’ começou nesta sexta-feira (27) e seguirá até sábado (28) em formato virtual.
A abertura da atividade contou com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do professor, ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Além das falas de dirigentes sindicais e lideranças de movimentos sociais.
“Temos uma crise sem precedentes na história do país, o governo não cuidou de forma responsável, ele tem culpa de parte das mais de [578] mil mortes, poderia ter evitado isso se tivesse feito o que a ciência mandou fazer, o que a inteligência mandou fazer”, afirmou Lula.
Ao vivo da cidade de Campinas (SP), onde realizou atividades políticas durante o dia, Haddad caracterizou como “tragédia” o que o país vive, destacando o fardo dos retrocessos aos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros.
“Sobretudo com a reforma trabalhista, com a reforma sindical e, agora, com a PEC 32 da reforma administrativa. São muitos retrocessos acontecendo num prazo de cinco anos. Levando o Brasil para uma situação que parece pré 1930 e, em alguns casos, pré 1988, porque já tem gente tão precarizada que o trabalho se assemelha a uma situação análoga à escravidão”, pontuou Haddad.
Governo na contramão
Durante abertura da plenária da CUT-SP, Lula criticou Bolsonaro pela ausência de discussões relacionadas a temas como desenvolvimento e investimentos necessários em áreas como educação, saúde, ciência e tecnologia. E lembrou que o governo opta, ao invés disso, por discussões frágeis como a do voto impresso.
“Ainda tem um ministro que diz que a universidade tem que ser para poucas pessoas e não para muitas pessoas.”.
Lula também comentou sobre a forma de o governo tratar a pandemia, o uso de máscaras e o isolamento social.
“[Bolsonaro] receitou remédio e montou uma verdadeira fábrica de corrupção que a gente está vendo agora na CPI”, se referindo à Comissão Parlamentar de Inquérito que discute a covid-19, iniciada no C
Para o ex-presidente da República, a eleição de 2022 será um momento oportuno de mudar o país. “A gente não vai mudar o Brasil só mudando o presidente, é preciso mudar a Câmara, é preciso mudar o Senado, é preciso votar em mais gente responsável com os trabalhadores”, disse.
Ao se referir ao movimento sindical, Lula enfatizou que “a CUT é uma peça extraordinária nesta máquina de transformação social que é o povo brasileiro”.