Notícia - Para dar conta do custo de vida, salário mínimo deveria ser de R$ 5.583

No governo Bolsonaro, o aumento no custo de vida parece não ter limites. Em agosto, a inflação registrou o maior índice para o mês em 21 anos. Está tudo tão caro que somente recebendo um salário mínimo de R$ 5.583 uma família teria condições de garantir o básico, como moradia, educação, alimentação e saúde. 

Os números são da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada na última semana pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O estudo é feito mensalmente e leva em consideração os gastos básicos de dois adultos e duas crianças.

O valor do salário mínimo ideal calculado é mais de cinco vezes superior ao salário mínimo real estipulado pelo governo (R$ 1.100). Tal diferença mostra o quanto o brasileiro está sofrendo para pagar as contas no final do mês. 

A situação é pior para os mais pobres, já que itens essenciais às famílias brasileiras subiram muito acima da média, como a alimentação. O custo médio da cesta básica aumentou em 13 capitais, segundo o Dieese. Porto Alegre foi a que registrou a cesta mais cara (R$ 664,67), seguida por Florianópolis (R$ 659), São Paulo (R$ 650,50) e Rio de Janeiro (R$ 634,18).

O aumento corresponde à inflação de itens essenciais como o feijão, o arroz e o óleo de soja. No período de 12 meses (setembro de 2020 a agosto de 2021), o feijão fradinho ficou 40,3% mais caro, o arroz 32,7% e o óleo de soja 67,7%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

O IBGE ainda afirma que a inflação está mais disseminada, ou seja, atinge cada vez mais itens de consumo. Transportes (1,46%), alimentação (1,39%), vestuário (1,02%) artigos de residência (0,99%), habitação (0,68%), despesas pessoais (0,64%), educação (0,28%) e comunicação (0,23%) também ficaram mais caros em agosto. 

Campanha Salarial

A Campanha Salarial é o momento dos trabalhadores lutarem pela reposição do poder de compra. Em todo o país, importantes categorias têm suas datas-base entre agosto e novembro. A organização dos metalúrgicos é exemplo de luta para outros trabalhadores e tem de ser fortalecida não apenas na Campanha, mas em todos os dias do ano. 

“O salário mínimo ideal calculado pelo Dieese é fundamental para entendermos o nível de exploração dos trabalhadores e o quanto é difícil arcar com as contas do mês. Sob o governo Bolsonaro ficou ainda mais difícil. Já passou a hora de dar um basta e dos trabalhadores tomarem a frente na luta pela saída do presidente”, afirma a diretora do Sindicato Luciene da Silva.


Fonte:  Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos - 15/09/2021


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