Organizados pelo Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúde-SP) e pela Associação dos Funcionários do Iamspe (Afiamspe), trabalhadoras e trabalhadores do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) realizaram um grande ato, nesta quinta-feira (25), em frente ao prédio da administração do órgão, na capital paulista, no qual pediam melhora no atendimento aos usuários e realização de concurso público para contratar mais funcionários.
O ato reuniu políticos, como os deputados Professora Bebel, que também preside o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), e Carlos Giannazi, além e representantes de entidades de outras entidades do funcionalismo público, que são usuários do instituto.
Transmitido ao vivo na página do SindSaúde-SP no Facebook (clique aqui para assistir), as trabalhadoras e os trabalhadores reclamaram que a falta de contratação de mais profissionais de saúde está prejudicando o atendimento no Hospital do Serviço Público Estadual (HSPE), sem contar o atendimento realizado nos Centros de Atendimento Médico-Ambulatorial (Ceama) espalhados pelo estado.
O Iamspe tem um déficit de 614 profissionais de saúde para atender a uma demanda de 1,5 milhão de usuários e não realiza concurso público para repô-los. Em nota da assessoria de imprensa do Iamspe enviada à Secretaria de Imprensa e Comunicação do Sindicato, o órgão diz que está trabalhando para melhorar o atendimento (leia a íntegra da nota ao final deste texto).
Descaso
Em seu discurso durante o ato, a presidenta da SindSaúde-SP, Cleonice Ribeiro, culpou o governo do estado pela degradação do Iamspe. “O governo está acabando com este (Hospital do Servidor Público Estadual - HSPE) e com outros hospitais, que não têm o olhar do governo. Quem paga o Iamspe, por exemplo, somos nós!”, disse Cleonice, referindo-se ao fato de que a contrapartida do governo é de pouco mais de R$ 4 mil.
Funcionária do Iamspe, a secretária de Assuntos Jurídicos do SindSaúde-SP, Regina Bueno, criticou o tratamento dado aos(às) trabalhadores(as) do instituto, que têm enfrentado sucessivas humilhações. “Os funcionários estão esgotados e vêm recebendo, do governo do estado e da administração (do Iamspe), um tratamento muito desumano”, apontou.
Regina ainda destacou a falta de valorização dos profissionais e a diferença salarial dos funcionários do Iamspe em relação aos profissionais que atuam contratados pela Secretaria Estadual da Saúde (SES). Segundo a secretária, os agentes técnicos de saúde (como nutricionistas, psicólogos, terapeuta ocupacional, assistente social, entre outros profissionais), por exemplo, recebem um prêmio de incentivo 54,37% menor (R$ 600 reais) que os trabalhadores da saúde contratados pela Administração direta (R$ 1.315).
“No fim das contas, todos os trabalhadores e as trabalhadoras do Iamspe enfrentam grandes perdas salariais”, ressaltou Regina.
Já a secretária-geral do SindSaúde-SP, Célia Regina Costa, denunciou a falta de respeito com aqueles que ainda tiveram seus salários confiscados com a aprovação da Lei nº 17.293, que aumentou a alíquota do Iamspe.
“Ontem (24), o SindSaúde-SP recebeu várias ligações de reclamações de que os trabalhadores do serviço público, que receberam um boleto de cobrança do Banco do Brasil, por conta de um erro na Prodesp (empresa pública responsável pelos dados dos trabalhadores), referente ao Iamspe, sem ao menos uma carta para explicar ao usuário o que estava acontecendo. Isso só demonstra o tamanho desrespeito com os usuários”, relatou Célia.
Fundação
A deputada estadual Professora Bebel criticou o Projeto de Lei 770, de 2021, proposta parlamentar governista Mauro Bragato, que cria a Fundação Pró-Iamspe, que pode ser uma justificativa ampliar as privatizações no Instituto.
A parlamentar defende uma gestão com a participação dos trabalhadores do convênio e usuários. “O Iamspe precisa ser gerido de forma pública. Por isso, está tramitando na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), um projeto de lei, no qual eu sou co-autora que tem como objetivo criar um conselho gestor no instituto. Precisamos deixar claro que o Iamspe é nosso e que não aceitaremos o fechamento, nem mesmo a privatização”, afirmou a deputada.
Ações em todo o estado
Ainda na tarde desta quinta-feira, a subsede de Presidente Prudente do SindSaúde-SP, por meio de seu diretor Paulo Roberto Índio do Brasil, participará de uma audiência pública na Câmara Municipal da cidade para discutir problemas os problemas enfrentados pelos trabalhadores do serviço público na região para conseguir atendimento na rede credenciada do Iamspe na região.
Confira abaixo a nota enviada pela assessoria de imprensa do Iamspe ao SindSaúde-SP
O Iamspe reconhece a atuação exemplar de seus profissionais de saúde, em especial no auge da pandemia da COVID-19, momento em que foi fundamental a dedicação no atendimento aos pacientes e servidores. O Instituto esclarece que há previsão de contratações por tempo determinado para atender as necessidades impostas pela alta demanda. Na pauta prioritária também estão contratações por meio de concursos públicos para profissionais de saúde nos próximos meses.
Vale informar que os atendimentos ofertados pelo Iamspe estão ocorrendo normalmente e que os usuários podem buscar assistência médica em unidades hospitalares do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) e em hospitais, clínicas e serviços credenciados, além dos Centros de Atendimento Médico-Ambulatorial (Ceama) localizados nos municípios do Estado.
O Iamspe declara ainda que tem trabalhado constantemente na implantação de melhorias em sua rede credenciada com foco na qualidade do atendimento e na oferta de novos serviços aos seus usuários.
Atenciosamente,
Assessoria de Imprensa - Iamspe