Desesperado com a greve de servidores públicos federais da Educação, o governo Lula apelou para uma manobra antissindical e de profundo desrespeito com a categoria. Utilizando um sindicato títere, tenta empurrar goela abaixo o reajuste de 0% em 2024.
Há meses, os sindicatos Andes-SN, Fasubra e Sinasefe organizam uma greve histórica, apoiados pela amplíssima maioria dos professores e técnicos administrativos em Educação. O movimento atinge 59 das 61 Universidades Federais. Em assembleias, a maioria dos trabalhadores estão rejeitando a proposta de reajuste zero em 2024
Por isso, o acordo assinado pelo Proifes (Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico), na segunda-feira (27), não representa os milhares de profissionais espalhados pelo país.
Além de refletir uma ínfima parcela do funcionalismo, o Proifes foi rechaçado em suas próprias bases, tendo de também realizar manobras para conseguir a aprovação da proposta defendida pelo governo. Em Santa Catarina, houve rebelião da base que destituiu a direção pelega das negociações.
Agora o projeto de Lei que trata da recomposição salarial dos servidores será enviada ao Congresso Nacional. A Casa tem poderes para alterar a proposta, que prevê a correção dos salários apenas a partir de 2025, antes de submeter o texto ao presidente.
Desta forma, a greve dos servidores deverá continuar. Pressionar os parlamentares, bem como seguir a pressão sobre o governo Lula, será fundamental para que o texto possa ser alterado, não somente na recomposição salarial, mas em outros pontos importantes que tratam de direitos históricos da categoria.
Também seguirá a defesa do fim de qualquer reforma administrativa, da Previdência, trabalhista e do Novo Ensino Médio, bem como da política do Arcabouço Fiscal, principal responsável por barrar recursos aos serviços públicos.
Institutos Federais
Os além dos professores e técnicos das universidades, os profissinais dos Institutos Federais também continuam em greve contra a proposta do governo federal. A base é representada majoritariamente pelo Sinasefe e está em greve há 41 dias.
Por uma Greve Nacional
Diante desse cenário, em que o governo mostra sua verdadeira face sem o verniz de uma democracia progressista, a CSP-Conlutas defende a construção de uma greve nacional do funcionalismo.
Nas esferas municipal e estadual, também há profissionais da Educação se organizando para a luta. A união desses esforços tem de ser catalizadora de um processo maior de mobilização para impor uma agenda da classe trabalhadora ao governo.