Metalúrgicos e metalúrgicas da CUT (CNM/CUT) e da Força Sindical (CNTM) construíram o compromisso na última quarta-feira (4) na pauta do segmento siderúrgico da categoria em todo o país, estabelecendo um canal de comunicação com o setor patronal, representado pelo Instituto Aço Brasil (IABr).

Os encaminhamentos acordados na reunião com representantes do Instituto, em sua sede no Rio de Janeiro, incluem a formação de um grupo de trabalho com trabalhadores e patrões que irá discutir os pontos convergentes retirados do documento que os sindicalistas apresentaram ao IABr em 2023 e as pautas de desenvolvimento industrial propostas pelas indústrias do setor. Uma reunião em outubro vai definir como o grupo de trabalho irá funcionar e como o resultado dos trabalhos será encaminhado posteriormente ao Governo Federal.

O documento dos trabalhadores foi elaborado em setembro do ano passado, durante a Conferência Nacional Por Uma Mineração, Siderurgia e Metalurgia de Metais Básicos à Serviço dos Trabalhadores, das Comunidades e do Meio Ambiente, em Fortaleza, no Ceará. Desde então, a CNM/CUT vem articulando politicamente para inserir a pauta da categoria nos debates com patrões do setor do aço e governo federal.

Outro encaminhamento da reunião no Rio de Janeiro é a marcação de uma agenda com o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) para conversar sobre projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional que interessem a indústria do aço e também a formação da Frente Parlamentar em defesa do setor.

Importante também é a proposta apresentada pelos trabalhadores para a  construção de um Contrato Coletivo Nacional de Trabalho, que englobe patamares mínimos de saúde e segurança no trabalho.

Por fim, será articulada uma reunião com o conselho de empresas que fazem parte do Instituto Aço Brasil, para que os representantes dos trabalhadores apresentem os argumentos da pauta apresentada ao IABr.

“Foi um passo importante, mas ainda não vencemos totalmente, então precisamos continuar essa luta na articulação política. E dentro das fábricas é importante que cada companheira e cada companheiro leve essas propostas para conversar com os trabalhadores e trabalhadoras. A mobilização no chão de fábrica é essencial”, afirmou o presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira.

Veja outros depoimentos sobre o assunto:

“Nós conseguimos na agenda com o IABr de forma concreta estabelecer junto à presidência do Instituto a sequência desse debate, baseado na nossa construção lá em Fortaleza, trazendo as nossas pautas e coincidindo com as agendas que o Instituto propõe para o fortalecimento da indústria e para valorização dos trabalhadores”, disse o coordenador do segmento siderúrgico da CNM/CUT, Fábio Piontkwski.

“Através da mobilização, a CNM/CUT, em conjunto com a CNTM, conseguimos buscar algo que é inédito ao meu ver no cenário do sindicalismo, principalmente se tratando do setor siderúrgico. Conversamos com um dos atores principais das empresas siderúrgicas no país, tivemos essa abertura, e inclusive com pautas muito convergentes e promessas futuras de aparar arestas de pautas onde existam mais divergência”, declarou o coordenador do segmento siderúrgico da CNM/CUT, Flávio Cordeiro de Paiva.