Notícia - Metalúrgicos da Avibras rejeitam abertura de novo layoff na fábrica

Os trabalhadores da Avibras rejeitaram por unanimidade a proposta da empresa para abertura de um novo layoff na fábrica. A votação aconteceu em assembleia, nessa terça-feira (17), na sede do Sindicato. A empresa pretendia passar para o governo federal a tarefa de pagar o salário de 550 funcionários durante 90 dias.

O layoff é caracterizado pela suspensão do contrato de trabalho por um período determinado. Em sua vigência, parte dos salários é paga pelo governo. O restante é pago pela fábrica. Desde 2022, quando a empresa entrou em recuperação judicial, foram abertos seis programas de layoff na Avibras.

Na assembleia de ontem, os trabalhadores também decidiram que, se houver alguém interessado em aderir à suspensão do contrato, poderá se cadastrar voluntariamente, comparecendo até quinta-feira (19), na sede do Sindicato. Entretanto, essa proposta ainda tem de ser aprovada pela empresa.

O Sindicato tem uma nova reunião com a Avibras, na terça-feira (24).

Hoje, os cerca de mil trabalhadores da fábrica estão em licença e já acumulam 17 meses de salários atrasados. Eles estão há dois anos em greve.

“As irregularidades trabalhistas cometidas pela direção da Avibras acabaram com qualquer credibilidade da empresa. O João Brasil, dono da fábrica, quer economizar e está usando os trabalhadores para isso. Os funcionários não acreditam que ele cumpra sua parte no layoff e pague a parcela dos salários que ficaria sob sua responsabilidade. Por isso, a proposta foi rejeitada”, afirma o diretor do Sindicato Kléber Roberto de Carvalho.   

Governo omisso

Passados mais dedois anos desde que a Avibras entrou em recuperação judicial, o governo federal continua omisso diante da crise que se instaurou na fábrica. A maior indústria do segmento de Defesa do país está sob ameaça de ser passada para as mãos de capital estrangeiro ou simplesmente encerrar as atividades.

O Sindicato entrou com uma ação civil pública, cobrando do governo Lula uma solução para a crise e que a empresa seja declarada objeto de proteção do estado, com o propósito de preservar a soberania nacional. A intervenção por parte do governo Lula, que entraria com aporte financeiro, permitiria a regularização dos salários e a retomada da produção.

Mas novamente o presidente Lula (PT) se mostrou indiferente. Em resposta à ação, a União afirmou que o resgate financeiro da empresa não é de interesse público e alega que não tem responsabilidade sobre a fábrica.

O juiz da 3ª Vara Federal de São José dos Campos, Renato Barth Pires, negou o pedido de liminar feito pelo Sindicato, mas a luta continua.  A entidade continuará pressionando o governo a assumir sua responsabilidade.


Fonte:  Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos / Foto: Laís Costa - 19/09/2024


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