Notícia - Argentina: Nova greve de docentes das universidades públicas fortalece luta contra cortes de Milei

Os docentes e trabalhadores de universidades públicas paralisaram as atividades por 24 horas nesta última quinta-feira (17) na Argentina e está marcada nova paralisação de 48 horas na próxima semana. As greves fazem parte de um plano de lutas em defesa da educação pública, gratuita, federal e de qualidade no país, contra o corte de verbas do governo de Javier Milei. 

Sem reajuste, o poder de compra dos salários de professores e do setor administrativo, caiu de forma drástica diante de uma inflação que atingiu 209% desde setembro de 2023.

"Todos unidos por aumento de salários e orçamento, defendamos juntos a universidade pública", afirma comunicado da FSUN (Frente Sindical de Universidades Nacionales).

Uma lei votada pela Câmara dos Deputados em agosto último garantia mais recursos às universidades. No entanto foi vetada por Milei no início de outubro e, de volta à Câmara, o veto foi aprovado por maioria nesta última semana sob alegação de prejudicar o equilíbrio fiscal.

A Frente defende as greves e o fortalecimento da mobilização: “com um horizonte de disputa com o governo, que nos privou da ferramenta da Lei de Financiamento e de uma paridade (negociação) que reconheça a especificidade dos trabalhadores do setor para oferecer uma solução à grave situação salarial”, salienta o comunicado.

Neste ano de 2024, docentes, estudantes e trabalhadores das universidades não pararam de lutar. Passeatas massivas em 23 de abril e 2 de outubro estão entre as atividades realizadas.

Durante este mês de outubro ocorreram ocupações de faculdades, aulas públicas nas ruas, protestos, uma grande marcha na noite desta quarta-feira (16) de estudantes e profissionais da educação, abraços simbólicos, passeatas e panelaços, entre outras iniciativas, em diversas províncias do país. Cerca de 70 faculdades já foram ocupadas.

Na Universidade de Buenos Aires, as faculdades de Direito, Medicina, Filosofia e Letras, Ciências Econômicas, Ciências Sociais e Ciências Exatas realizaram aulas públicas de acordo com o Correio Braziliense.

Nesta semana que entra novas mobilizações estão marcadas como aulas abertas todas as quartas-feiras, a partir do próximo dia, em frente ao Congresso. Uma greve de 48 horas já está marcada no dia 21 e o setor dos transportes e outros sindicatos prometem paralisar no dia 30 deste mês em solidariedade à luta das universidades públicas.

Para o mês de novembro estão programadas marchas regionais e um Encontro Universitário Federal.

A insatisfação é generalizada com o corte orçamentário anunciado por Milei nas universidades públicas, responsáveis por 80% dos matriculados no ensino superior.

(Com informações Prensa Latina)

(Foto: Walter Silva @waltersilvaph | RT)


Fonte:  CSP-Conlutas - 21/10/2024


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