Notícia - "Carnaval de protestos" reivindica os direitos dos aposentados, na Avenida Paulista

Ocorreu nessa quinta-feira (21), o Carnaval. Ué, mas o carnaval não é só em fevereiro? Sim, mas esse é um carnaval diferente. É o “Carnaval de Protestos”, um ato organizado pelo Sindicato Nacional dos Aposentados Pensionistas e Idosos da Força Sindical, com o objetivo de reivindicar contrariamente as medidas do governo em relação aos aposentados e trabalhadores. Tudo para mostrar que a situação dos aposentados não andam as melhores.

Oito alas da “Unidos dos Aposentados” representaram a manifestação. São elas: Comissão de Frente, Ala das Reivindicações a Ala da Saúde, a Bateria (cantando o tema dos aposentados, no qual enfatizam a necessidade de mudança e o trabalho durante a vida), Ala do Custo de Vida, Ala da Justiça, Ala das Pensionistas e Ala da Juventude.

Por volta das 9hs, os manifestantes já ocupavam a Praça Oswaldo Cruz (próximo ao Shopping Paulista e a estação de metrô Paraíso). Houve a caminhada até Museu de Arte de São Paulo (MASP), na Avenida Paulista, onde se encerrou a manifestação, por volta do meio dia.

O ato foi diferente de todos os que vinham acontecendo em 2015. O fato de estarmos perto do carnaval, inspirou os organizadores. Fato confirmado pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, Miguel Torres: “Estamos aqui em um protesto em ritmo de carnaval, um ritmo descontraído, mas é um protesto muito sério. O que os aposentados estão passando no Brasil, é grave! Toda hora estão tentando tirar e diminuir os direitos dos aposentados. Sai governo, entra governo e as dificuldades aumentam. É descontraído, mas é muito sério esse manifesto”, desabafou Miguel.

De fato, os aposentados necessitam melhorias para a categoria. O apoio de sindicatos e centrais sindicais é essencial para isso. Paulão, secretário-geral do Sindicato da Alimentação de São Paulo, afirma que a forma diferente de apresentar as reivindicações pode ser determinante para futuros benefícios ao trabalhador: “Eu tenho certeza que a forma que fizemos o protesto hoje pode influenciar para a melhora das condições dos trabalhadores. Esse é um ato diferente daqueles que as centrais sindicais e o próprio sindicato dos aposentados costumam fazer. Nós costumamos colocar oradores para poder pautar o governo das nossas manifestações. Dessa vez, trouxemos muito materiais, trouxemos aposentados de todo o estado de São Paulo, e colocamos uma escola de samba para poder animar quem está aqui. Nós mostramos que os aposentados tem necessidade de ter sua pauta atendida”, afirmou Paulão.

A brincadeira e o tom de sátira ditaram o ritmo da manifestação. Se reinventar faz parte da responsabilidade do movimento sindical.  O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Juruna, segue esse tom: “Eu acho que é sempre importante o movimento sindical inovar em sua forma de protestar. Os aposentados criaram essa ala de escola de samba que eu creio que possa acontecer todo ano, pois o carnaval chama a atenção porque o pessoal aqui de São Paulo também gosta de samba. Dessa forma, podem colocar suas reivindicações de uma maneira brincalhona, de uma maneira satírica, para que os políticos que decidem as questões dos aposentados possam melhorar a vida dos idosos, que na tendência poderá se tornar um segmento muito importante na nossa sociedade”.

De volta à presidência da Força Sindical, mas não deixando o seu cargo de deputado federal, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, pretende levar essa briga que os trabalhadores manifestam nas ruas,para o congresso: “O que muda com a minha volta à presidência da Força é eu vou trabalhar mais (risos). Além disso, estou também como presidente do partido Solidariedade e deputado federal. Eu volto à presidência da Força Sindical no momento que o Brasil passa por muitas dificuldades. Acho que esse ano vai ser uma das maiores crises da história do Brasil, com desemprego, recessão, inflação em alta... O governo tenta corrigir todas essas distorções em cima dos trabalhadores, principalmente os aposentados, aumentando idade mínima, querendo fazer reformas para tirar os direitos dos trabalhadores e dos aposentados. Eu volto para tentar ajudar um pouco mais o movimento sindical. Acredito que ainda tenho um pouco para dar ao movimento sindical e também para levar essa luta das pessoas que estão nas ruas para dentro do congresso. Acho que eu posso fazer esse papel”.

De acordo com a organização, cerca de 1,2 mil pessoas participaram. A Polícia Militar não informou o número de participantes.

O ano apenas começou! O movimento sindical começou com o pé direito suas manifestações. Os aposentados prometem fazer de tudo para conquistar seus direitos.


Fonte:  Thomas Lagôa/Redação Mundo Sindical - 21/01/2016


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