Notícia - Trabalhador tem que conviver com a queda de reajustes salariais e perda de empregos

A maré não está boa, a fase está complicada. Pesquisas divulgadas, recentemente, trazem péssimas notícias para os trabalhadores, em duas vertentes.  A primeira delas mostra que reajustes salariais em acordos coletivos têm queda real pelo quarto mês seguido. A segunda é que a previsão é que tenhamos 1,5 milhão de empregos a menos no ano.

O levantamento sobre os reajustes salariais foi realizado pela plataforma salarios.org.br, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e mostra que a media dos 175 dissídios negociados no segundo mês deste ano chegou a 10,5%, uma retração de 0,8% quando descontado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado em 12 meses, de 11,3%.

Fevereiro também foi o quarto mês seguido em que a proporção de correções salariais abaixo do INPC superou 50%. No período, 63,9% dos reajustes homologados, do Ministério do Trabalho e Emprego, perderam para a inflação, ante 71,4% em janeiro.

A folha total de salários dos trabalhadores formais em regime CLT, estimada com base nos depósitos do FGTS, somou R$ 95,4 bilhões em dezembro (dado mais recente disponível, dessazonalizado e corrigido pelo IPCA), queda real de 5,6% sobre o mesmo mês de 2014.

Há exemplo da queda dos reajustes salariais em acordos coletivos, os empregos também devem sofrer baixas em 2016. Pelo menos se as projeções de alguns analistas, se concretizarem.

O economista Luiz Fernando Castelli, da GO Associados diz que o mercado de trabalho deve ter uma demora para reagir ao comportamento da atual economia. Por conta disso, o desemprego tem se aprofundado no País. O economista da GO Associados estima que o ano de 2016 terá um corte de aproximadamente 1,5 milhão de postos de trabalho, praticamente o mesmo resultado de 2015. Castelli afirmou que os setores de serviços e comércio estão sentindo mais os efeitos da crise econômica, em 2016.

Já para o também economista, da LCA Consultores, Fábio Romão, a economia brasileira deverá mesmo, infelizmente, fechar cerca de 1,250 milhão de vagas em 2016. Porém, diferente de Castelli, a expectativa de que serviços e comércio tenham um desempenho não tão ruim como o observado em 2015 porque, segundo ele, a renda deve cair menos em 2016: “A inflação vai continuar em 2016, mas será menor do que a de 2015, o que deve ajudar a renda a não cair tanto Isso, de alguma maneira, pode contribuir, sobretudo ao longo da segunda metade deste ano, para que os setores de comércio e serviço não fechem tantos postos de trabalho”, afirma o economista.

Com base nos dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), medida pelo IBGE, a renda real recuou 3,7% no ano passado e, nas projeções da LCA, deve cair 2,5% em 2016.


Fonte:  Thomas Lagôa/Redação Mundo Sindical, com informações Valor Econômico e O Estado de S. Paulo - 23/03/2016


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