Notícia - Em dia histórico, Lula e Dilma param sertão da Paraíba em ato popular

Neste domingo, a presidente eleita – e deposta pelo golpe – Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tiveram a oportunidade de sentir o verdadeiro amor do povo brasileiro, na inauguração popular da transposição do São Francisco. Os dois pararam o sertão paraibano e foram ovacionados, duas semanas depois que Michel Temer foi vaiado no mesmo local.

As estradas que dão acesso a cidade de Monteiro, interior da Paraíba, ficaram congestionadas. A cidade ficou pequena para tanta gente que quis ver de perto o ex-presidente.

Para o presidente da CTB Paraíba, José Gonçalves, a reação da população foi emocionante e renovou a unidade e luta pela democracia no coração do povo da Paraíba e do Nordeste.      

“Trabalhadores do campo e da cidade, jovens, mulheres, crianças, idosos, puderam presenciar uma promessa secular, ser realizada agora por um operário.   Essa luta pela transposição, reforçou cada vez mais a unidade do povo nordestino na luta pela volta da democracia brasileira. Lula continua sendo a maior liderança popular de nosso País, especialmente na região nordeste”, ressaltou Gonçalves.

De acordo com o dirigente, a CTB mobilizou as regionais no Estado e esteve presente nessa grande mobilização popular. “Fizemos uma grande caravana para esse ato, que não se restringiu apenas à transposição, mas acima de tudo, a denúncia do governo golpista, como também as reformas da Previdência e Trabalhista que ameaça os nossos direitos”, afirmou Gonçalves.

Emoção

Diante da praça lotada pela população de Monteiro, e de cidades vizinhas, Lula e Dilma, comandaram a festa da inauguração. Participaram ainda governadores, senadores e outros políticos.

Em um discurso emocionado, marcado por lembranças da infância difícil vivida no sertão de Pernambuco, até que mãe, se mudou para São Paulo para seus oito filhos não morrerem de fome, Lula destacou a importância da obra para a população nordestina.

“Esta obra tem uma função social, que é matar a sede do povo. Não é para botar uma bomba lá e usar a água para irrigar e ganhar dinheiro”, afirmou. Lula alertou ainda para a paralisação do segundo trecho, o Norte, que estava sendo retomado por Dilma, mas acabou impedida por ter sofrido um golpe, segundo ele.

Lula alertou o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), da necessidade de cobrar o governo federal para que construa adutoras e estação de tratamento para as águas. E alfinetou: “O que não pode é deixar fazendeiro pegar toda água só para ele, com bomba. Esse projeto tem função social. O eixo norte está parado desde que essa mulher foi golpeada. É preciso terminar a obra para que o nordestino, se tiver de ir para São Paulo, que seja para passear”.

O ex-presidente fez duras críticas a proposta de Reforma da Previdência. “Se eles quiseram ouvir e se quiseram criar vergonha de resolver o problema da Previdência. Se eles, diplomados, não sabem como fazer, aceitem o conselho, porque eu sei como se faz”, assegurou.

Sempre fazendo um paralelo entre a vida sofrida do nordestino, marcada pela seca, ele falou da importância da aposentadoria rural para a essa população. E mandou recado para Michel Temer e seus aliados, que comandam a impopular reforma da Previdência: “No meu governo, a previdência era superavitária porque criamos emprego, valorizamos o salário mínimo. Esse é o único jeito”, disse, ressaltando que “essa gente não sabe o sofrimento do povo trabalhador”.

Em referência aos ataques diários e à perseguição que sofre por setores da mídia, reafirmou estar à espera de da denúncia de algum empresário. “Eu aprendi a andar de cabeça erguida nesse país não por arrogância, mas por necessidade de viver. Criem vergonha. Não prejudiquem a população para me prejudicar. Não sei se estarei vivo pra ser candidato, porque está longe para a definição de candidaturas. Mas eu digo que eles torcem para eu não seja candidato para o povo voltar a sonhar por emprego e salário”.

Mencionando novamente a mãe, que segundo ele nunca perdeu a esperança mesmo quando não tinha nada para cozinhar para os filhos, disse ter aprendido com ela a acreditar em tempos melhores. “Apesar do que eles tentam fazer comigo, e do que fizeram com Dilma, meu recado é que eles vão ter de brigar comigo nas ruas desse país, e nas ruas o povo vai ser o senhor da razão".

 

 


Fonte:  Portal CTB - 20/03/2017


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