Na terça-feira (14), CGTB, CUT, CTB, FUP, Aepet, MST, CMB, UBES, sindicatos de petroleiros de vários estados e partidos políticos firmaram uma grande unidade em um ato no Rio de Janeiro contra a realização do 11º leilão de petróleo e em defesa da Petrobrás.
Durante toda a manhã, os manifestantes ocuparam a entrada do Hotel Royal, em São Conrado, onde a Agência Nacional do Petróleo (ANP) realizou o leilão, com carro de som, bandeiras, faixas e panfletagem denunciando a entrega do petróleo para as multinacionais.
O presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira (Bira), disse que "entregar nossas reservas de petróleo para os monopólios transnacionais é entregar a vida de uma Nação. É prejudicar uma Nação inteira. Estão jogando para prejudicar a Petrobrás. Estão jogando para fatiar a empresa, que é patrimônio nacional, e entregar para as multinacionais. Mas enquanto a gente estiver vivo isso não vai acontecer".
"Esses blocos que estão sendo leiloados são nossa reserva e têm que continuar assim. Antes só a Petrobrás podia explorar o nosso petróleo, porque tem competência em águas profundas. Descobriu petróleo em cinco mil metros de profundidade. As multinacionais, como a BP, foram tentar fazer isso e causaram um enorme desastre ambiental derramando petróleo no mar", lembrou Bira.
Para o presidente da CGTB, "essas reservas de petróleo são para o nosso futuro. Temos que pensar nessa juventude que está aqui. Nós queremos uma parte do dinheiro do petróleo para uma educação de qualidade que não fique um filho de um trabalhador fora da escola por falta de sala de aula. Nossa luta é para que todos tenham direito a viver com dignidade, trabalho decente, salário e educação de qualidade e gratuita".
O vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), Fernando Siqueira, foi taxativo: "Não tem sentido ter leilões, companheiros, porque a Petrobrás já descobriu 50 bilhões de barris de petróleo no pré-sal, que somado aos 14 bilhões que tinha antes nos dão uma autosuficiência para mais de 60 anos. Nós temos é que produzir o que já foi descoberto e não entregar o pré-sal para empresas estrangeiras. Além disso, esse leilão está regido pela lei do Fernando Henrique que dá 100% do petróleo a quem produzir e apenas 10% dos royalties para o país".
O coordenador da FUP, João Antonio de Moraes, citou as manifestações contra a 11ª Rodada, realizadas desde a última semana, em diversos estados do Brasil. "Ontem no Ministério de Minas e Energia, em Brasília, ocupamos o lugar onde fica a gestão dessa política de exportação do nosso petróleo, para que eles fiquem cientes de que se o Brasil colocar este recurso à disposição dos impérios norte-americano ou de qualquer outro continente não haverá petróleo para as nossas gerações futuras". Moraes também ressaltou que o Brasil é um país com 200 milhões de habitantes e, por isso, não é possível permitir que a política de exportação de petróleo seja como de países pequenos, que podem fazê-lo, sem prejudicar a sua soberania. "Não temos dúvidas que para reverter esta situação, é preciso força e mobilização, vide a campanha "O Petróleo é Nosso", na época da criação da Petrobrás", enfatizou.
O presidente da CUT-RJ, Darby Igayara, reafirmou que a central apoia e sempre apoiará a luta dos petroleiros e da sociedade brasileira em defesa do petróleo brasileiro. "Nós da CUT, junto às entidades de classe, mandamos um recado para o governo: chega de leilão, nós exigimos a soberania do petróleo. Não permitiremos que a nossa riqueza seja entregue às multinacionais e ao Eike Batista".
"A posição da nossa central contra os leilões do petróleo e contra a desnacionalização do patrimônio do povo brasileiro. Nossa luta sempre foi contra a privatização do patrimônio público. Essa é uma luta de toda a classe trabalhadora, que precisa estar mobilizada contra a desnacionalização e privatização", frisou 0 secretário geral da CTB-RJ, Ronaldo Leite.
A presidente da Federação das Mulheres Fluminenses e diretora da Confederação das Mulheres do Brasil (CMB), Conceição Cassano, lembrou que "esse ano completa 60 anos da conquista do monopólio estatal do petróleo e da criação da Petrobrás. Eu quero lembrar aqui uma grande companheira, líder das mulheres, que muito contribuiu na luta em defesa do nosso petróleo. A companheira Alice Tibiriçá, que foi presidente da Federação das Mulheres do Brasil".
O presidente estadual do Partido Pátria Livre (PPL), Irapuan Ramos, saudou "essa unidade conseguida nesse ato para mostrar nossa indignação diante do que está acontecendo aqui em São Conrado. Não foi a toa que eles escolheram esse lugar bem escondidinho, de difícil acesso, porque se fosse no centro do Rio nós teríamos fechado a Avenida Rio Branco. E por que eles precisam se esconder? Porque o que se comete dentro desse hotel é um crime contra o nosso país e contra o nosso povo".
Fonte: CGTB
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16/05/2013