Trabalhadores, empresários e estudantes realizaram hoje (dia 4) um ato contra a desindustrialização pela produção e pelo emprego, no estacionamento da Assembleia Legislativa, que reuniu 90 mil pessoas. A intenção do ato é chamar a atenção do governo e da sociedade sobre o problema da desindustrialização que está fechando as empresas e causando desemprego em diversos setores da economia.
“A manifestação realizada hoje serviu para mostrar o rumo que trabalhadores e empresários querem para o País”, declarou Paulo Pereira da Silva, Paulinho, presidente da Força Sindical. Segundo ele, a união do trabalho e do capital é importante para manter as indústrias e garantir os empregos no Brasil.
Paulinho afirmou que “se o Senado não aprovar logo a Resolução 72, que uniformiza a alíquota do ICMS nos Estados, vamos fechar os portos para impedir que os importados entrem de graça no Brasil fechando postos de trabalho aqui e criando empregos na China”. Para ele, as medidas anunciadas pela presidente Dilma foram insuficientes. “Precisamos baixar os juros”, afirmou.
Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de SP, e Sergio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, abraçados, contaram que o movimento Grito de Alerta começou a partir de uma conversa dos dois. “Estamos mudando em busca de um País melhor. É um ato a favor do Brasil, da cidadania”, declarou.
O presidente da Assembleia Legislativa, Barros Munhoz, ressaltou que alguns criticaram o ato por estarem atrapalhando o trânsito. “O transtorno maior é uma família enfrentar o desemprego do chefe de família, porque pior de tudo é não ter emprego e renda”.
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, disse que as medidas anunciadas pela presidente Dilma só tratam os efeitos e não as causas da desindustrialização. “Não resolvem o problema mais grave, que é a falta de competitividade”, disse.
Durante o ato apresentados por vários dirigentes, entre os quais João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força Sindical, vários sindicalistas criticaram a desindustrialização. “O ato não é contra o governo, mas a favor do trabalhador”, destacou Sergio Marques, presidente da Federação dos Têxteis.
Wilson Vidoto, diretor da Fetiasp (Federação dos Trabalhadores das Indústrias da Alimentação do Estado de S. Paulo), ressaltou que este é o início da mobilização para mudar o País. “É preciso baixar os juros para gerar empregos”, afirmou. Já Carlos Vicente de Oliveira, Carlão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de SP, declarou que o pacote de medidas divulgadas pela presidente Dilma para salvar a indústria é pífio. Outra diretora da Fetiasp, Neuza Barbosa, destacou a unidade dos trabalhadores e empresários para o êxito do movimento.
Maria Auxiliadora dos Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Brinquedo do Estado de SP, disse que a importação de produtos chineses está encolhendo as indústrias e acabando com os empregos em seu setor. Já Eunice Cabral, presidente do Sindicato das Costureiras de SP, declarou que “os trabalhadores não querem exportar empregos e importar mercadorias”.
Muitos trabalhadores da construção civil compareceram ao evento. Para Antonio de Sousa Ramalho, presidente do sindicato da categoria, a participação é importante para defender os empregos dos trabalhadores.
“Neste momento”, declarou Jorge Nazareno, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, “temos algo em comum com os empresários, que é salvar as indústrias para não perder os empregos para os produtos que vêm de fora”.
Para Mônica Veloso, secretária-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, defender os empregos é defender a cidadania.
Vale lembrar que já foram realizados atos em Porto Alegre (dia 26 de março), Florianópolis (dia 28 de março), São Paulo (hoje, dia 4). No dia 13 será em Manaus, e no dia 10 de maio, em Brasília. Na região Nordeste ainda não foram marcadas as manifestações.
Fonte: Assessoria de imprensa da Força Sindical
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04/04/2012