Continua o impasse entre governo e professores das universidades federais, em greve desde o dia 17 maio. Após reunião realizada na segunda-feira (23) com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, que terminou sem que as partes chegassem a um acordo, os docentes decidiram manter a paralisação. O secretário reconhece que não houve avanço nas negociações. “Ainda estamos muito longe de um acordo”, admitiu.
Durante quase três horas, representantes do Proifes (Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais De Ensino Superior), Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) e Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica) demonstraram ao governo insatisfação com a proposta de reajuste salarial apresentada no dia 13. Sergio Mendonça pediu para que as entidades se posicionassem sobre a proposta do governo. O Proifes lamentou que o governo não tenha dado uma resposta ao documento protocolado pela entidade no dia 18 de julho, onde estão apontados 15 pontos em relação aos quais é necessário avançar. Já o Andes e Sinasefe relataram que suas assembleias rejeitaram a proposta por unanimidade.
“Temos uma grande divergência com o governo enquanto concepção. O conjunto das entidades rejeitou por unanimidade e o governo avalia que tem avanço na sua proposta. O que eles oferecem desestrutura ainda mais nossa carreira”, disse a presidenta do Andes, Marinalva Oliveira.
A Andes também apresentou ao governo documento com 13 itens que desqualifica a proposta de aumento salarial oferecida pelo governo. Segundo o texto, “a proposta foi elaborada sem a definição de conceitos, de critérios e de índices necessários à reorganização e à afirmação de direitos” e ainda classificou como “desestruturação da carreira docente e da malha salarial correspondente”.
Dados dos sindicatos apontam que a paralisação atinge 57 das 59 universidades federais, além de 34 dos 38 institutos federais de educação tecnológica.
O diálogo será retomado nesta terça-feira (24), às 14 horas, entre representantes dos trabalhadores e o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça.