Artigo - É preciso coibir a violência na PM

Semana passada três lamentáveis episódios envolvendo a polícia militar de São Paulo trouxeram de volta ao noticiário a violência policial no estado mais rico e importante do país. Um desses episódios se deu na terça-feira 3/12, quando um policial militar atirou um jovem dentro de um córrego a uma altura de três metros.

Outro, tão grave quanto ocorrido no Jardim Prudência também na Zona Sul, um PM de folga atirou e matou com oito tiros um rapaz de 26 anos por ele ter furtado caixas de sabão de um mercado.

O terceiro desses episódios aqui mencionados está relacionado à agressão a uma idosa por um policial. Lenida Messias, de 63 anos , foi agredida por um policial militar durante uma abordagem no Jardim Regina Alice, em Barueri. A vítima foi chutada, empurrada e agarrada pelo PM, tal como mostraram as tevês.

As coisas não param por ai. Existe um histórico de truculência por parte da polícia, especialmente no governo de Tarcísio de Freitas, ex-militar, tendo como secretário de segurança o também ex-policial militar e ex-chefe da Rota, Guilherme Derrite.

Até quando São Paulo e o Brasil vão continuar assistindo essas ações violentas por parte de uma polícia que em tese está ai para proteger os cidadãos e cidadãs e não agredi-los?

Isso é preocupante pois se trata de uma clara violação aos direitos humanos, uma nefasta ação contra a vida, principalmente dos pobres. Estão matando a juventude que precisa ser protegida e não assassinada.

O fato de Tarcísio de Freitas admitir de público que errou quando acreditou que o uso de câmeras corporais pelos policiais não era importante, não significa mudança na ação letal praticada pela sua Polícia Militar.

Algo muito maior e diferente precisa ser feito, pois se sabe que as diversas ações violentas por parte da polícia militar não são casos isolados como tem afirmado Derrite. Estas se devem ao empoderamento que ela tem recebido do próprio governador e de seu secretário de segurança como política de governo que está levando a um sentimento de impunidade e violência desmedida.

Em regra, as vítimas dessa violência são os pobres, principalmente a juventude negra. O que revela racismo, preconceito.

Nos casos dos assassinatos tratam-se em muitos desses de execução, crimes hediondos. Tarcísio e sua polícia, incluindo seu secretário Derrite, precisam ser denunciados em fóruns internacionais.

Algo precisa ser feito, pois internamente ao Brasil a OAB, a justiça, Ministério Público, o próprio governo federal, estão em silencio e as comunidades pobres amedrontadas. Assim como esses órgãos federais se mantiveram em silencio em relação às dezenas de assassinatos pela polícia militar paulista ocorridos em 2023 em em cidades como Santos e Guarujá, no litoral paulista.

Importante que esses órgãos federais se manifestem no sentido de coibir esses abusos, pois em São Paulo, e a depender do governo repressor de Tarcísio de Freitas essas ações se manterão no âmbito da impunidade. Fica o dito pelo não dito. Tarcísio e seu secretário de segurança Derrite, um assassino confesso, estão transformando a Polícia Militar num gigantesco esquadrão da morte..


Paulo Henrique Viana
Presidente da FITIASP (Federação Independente dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado de São Paulo)

 

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