A derrocada do Socialismo Real, simbolizada pelo fim da União Soviética em 1991, criou um vácuo ideológico e político que a esquerda mundial não conseguiu preencher até agora. Esse momento de crise marcada pelas contradições agudas da hipermodernidade e pela ausência de uma alternativa clara ao capitalismo globalizado, abriu espaço para o crescimento da direita reacionária, que soube capitalizar o sentimento de insegurança e desencanto com o status quo.
A direita reacionária, ao contrário do que se possa imaginar, não é um bloco homogêneo. Ela se manifesta de diversas formas, desde o conservadorismo tradicional até o nacionalismo populista de extrema-direita. No entanto, todas essas vertentes compartilham alguns pontos em comum, como a defesa de valores tradicionais, a crítica ao multiculturalismo e à globalização,e por incrível que pareça ao comunismo como origem de tudo o que está aí.E de forma oportunistica trás a promessa de restaurar uma suposta ordem perdida.
A ascensão da direita reacionária não seria possível sem o advento das redes sociais. Essas ferramentas, que a princípio pareciam um espaço de debate democrático e plural, foram rapidamente instrumentalizadas pela direita para disseminar suas ideias e construir uma narrativa própria. A velocidade e o alcance da comunicação online permitiram que a direita chegasse a um público vastíssimo, muitas vezes sem a necessidade de passar pelo filtro da grande mídia.
A narrativa da direita reacionária é construída sobre a nostalgia de um passado idealizado, onde a ordem e a hierarquia eram tidas como valores absolutos. Essa visão romantizada do passado serve como contraponto ao presente, que é apresentado como caótico, instável e ameaçador. A direita se coloca como a única força capaz de resgatar esse passado glorioso, prometendo restaurar a ordem e a estabilidade perdidas.
É importante ressaltar que a ascensão da direita reacionária não é um fenômeno isolado. Ela faz parte de um contexto global de crise do sistema político, seja qual for, e de desconfiança nas instituições. A globalização, que prometia prosperidade e integração, gerou desigualdade e exclusão, alimentando o ressentimento e a frustração de amplos setores da população.
Diante desse cenário, a esquerda mundial precisa urgentemente se reinventar. É preciso construir uma nova narrativa, capaz de dialogar com os desafios do presente e de oferecer uma alternativa crível ao discurso da direita reacionária. A esquerda precisa reconquistar a confiança dos eleitores, mostrando que é capaz de defender os interesses da maioria e de construir um futuro mais justo e igualitário para todos.