Aguardar bom senso em qualquer sentido de Donald Trump é bobagem. Está cumprindo à risca suas promessas de campanha e a cada dia que passa lança suas “bombas” ao mundo inteiro e, é claro, por estar à frente da maior economia do mundo, causa muitas incertezas em toda a economia mundial.
No caso do Brasil o disparate começou com a deportação humilhante de nossos compatriotas que tentavam ganhar a vida em território americano. Sua política racista do tipo “América para os Americanos”, esquece-se ou omite que os Estados Unidos foram formados e tornou-se o que é graças ao trabalho escravo e aos imigrantes de todo o mundo que pra lá foram em busca de uma vida melhor (exceto os escravos africanos, claro!).
Agora a taxação de nosso aço e nosso alumínio com uma alíquota de 25%, Trump entende que desta forma irá fortalecer a indústria americana e garantir empregos de maior qualidade ao seu povo. A lógica econômica pode parecer esta, mas está distante de recuperar à curto prazo, tudo o que a indústria americana perdeu desde os anos 80 graças à sua própria política de uma economia sem fronteiras e à globalização baseada na selvageria de um capitalismo e de um consumo global sem limites.
O Brasil exporta algo em torno de 35% de seu aço para os EUA e eles são nossos maiores importadores no setor de siderurgia. Somos o segundo maior fornecedor deste produto para os Estados Unidos, atrás apenas do Canadá e seguidos pelo México bem atrás). A taxação foi, à princípio, para todos os países que fornecem o produto o que, de certa forma, aumenta os impactos dessa atitude não apenas para os fornecedores mas, em um primeiro momento, para os próprios consumidores americanos que deverão ter seus preços majorados.
Ainda é cedo para sabermos as consequências de toda loucura trumpista em nosso país. Óbvio que espera-se impactos negativos em nossa produção, escoamento e, o que mais preocupa, em nossos postos de trabalho e em nossa balança comercial. Esperamos que, enquanto Donald Trump procura colocar de joelhos o mundo inteiro, todos os países que mantém relações comerciais com os EUA não iniciem uma guerra comercial entre eles para continuarem fornecendo para o mercado americano. Esta seria a maior tragédia para o mundo e tudo o que o governo de lá espera que aconteça.
Vamos aguardar os novos capítulos de mais esta perigosa novela iniciada pela Extrema Direita mundial. A estratégia de Trump está clara: causar um retrocesso na economia mundial para que, segundo seu governo, os Estados Unidos voltem a controlar as rédeas e mantenham sua supremacia na geopolítica mundial. Cabe saber qual será a estratégia do nosso lado e todos os demais países envolvidos. Esperamos que haja bom senso e articulação destes países para que seja possível enfrentar mais esta crise mundial.
Negociar é a palavra chave. E, naturalmente, é o que Trump espera. Negociar é a melhor e a mais antiga regra do comércio. Retaliações prejudicam todas as partes envolvidas. Quanto ao Aço e demais produtos derivados do minério, resta saber se o governo americano está disposto a ficar nas mãos da China que está com suas prateleiras cheias para suprir o mundo inteiro e por um valor muito abaixo daqueles praticados por nós e por qualquer outro país que o produz. Parece realmente que a decisão não está apenas nas mãos da insanidade de Donald Trump.