Artigo - Isenção de imposto de renda para trabalhador reduz desigualdades

Os esforços do governo Lula para diminuir as desigualdades sociais no país têm causado grande desconforto na Faria Lima. O endereço do coração financeiro do país, que obtém lucros com a especulação, trabalha para proteger os seus investimentos. Na semana passada, o Banco Central elevou mais uma vez a taxa Selic que passou para 14,25% ao ano, o maior nível desde 2016.

A elevação da taxa Selic afeta significativamente a classe trabalhadora, uma vez que reduz a capacidade de consumo e aumenta o nível de endividamento das famílias. Em contrapartida, do ponto de vista de investimentos, o aumento da taxa básica de juros é um prato cheio para os retornos da renda fixa. Os investidores têm rentabilidade garantida de mais de 1% ao mês e risco zero de perda.

Mesmo em meio a um ambiente de política monetária restritiva, a economia iniciou o ano de 2025 com mais força que o esperado. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado um indicador do PIB, teve alta de 0,9% em janeiro, acumulando um aumento de 3,8% em 12 meses.

A distribuição de renda e a melhoria da qualidade de vida da população causam preocupação para aqueles que sobrevivem da exploração de mão de obra. O investimento em educação, saúde e bem-estar social estimula o pensamento analítico e crítico, o que resulta numa ruptura com o sistema de exploração.

Toda medida social anunciada pelo governo causa gritaria para aqueles que mantêm suas riquezas com o suor de outros. Atendendo a uma solicitação do movimento sindical, o governo enviou ao Congresso um Projeto de Lei que isenta o contribuinte com renda de até R$ 5 mil mensais da tributação do Imposto de Renda.  A fim de compensar as perdas na arrecadação, o governo apresentou uma proposta de taxação para os ricos.

A proposta é, sem dúvida, justa, mas enfrenta resistência no Congresso e no mercado financeiro. Para manter os projetos que atendem aos mais vulneráveis, o governo precisa fazer a redistribuição de renda.  O Imposto de Renda foi criado há mais de 100 anos, em 1922. Desde então, a tributação tem sido mais pesada para o trabalhador e mais leve para aqueles que vivem de rendimentos.

A ampliação da isenção do imposto de renda permitirá o aumento do consumo e a injeção de mais recursos na economia. É importante que a classe trabalhadora esteja atenta para que os parlamentares não substituam a taxação dos ricos por medidas de cortes no orçamento da união. Afinal, os políticos que se elegem com recursos do fundo partidário e se beneficiam de emendas parlamentares não têm moral para cobrar responsabilidade fiscal do governo Lula.


Eusébio Pinto Neto
Presidente da Federação Nacional dos Frentistas

 

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