Esse é um artigo analítico com base no conteúdo do informativo do IBGE sobre o rendimento de todas as fontes de 2024, publicado em maio de 2025, o informativo apresenta os principais resultados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).
Em 2024, o Brasil atingiu o maior valor da série histórica do rendimento médio mensal real domiciliar per capita, de acordo com os dados divulgados pelo IBGE. O rendimento, calculado com base nas informações habitualmente recebidas de todos os trabalhos e de outras fontes, alcançou R$ 2.020 – um crescimento de 4,7% em relação a 2023 e de 11% frente a 2019.
A proporção de pessoas com algum tipo de rendimento subiu de 64,9% em 2023 para 66,1% em 2024, mantendo a tendência de recuperação após a pandemia da COVID-19. As Regiões Sul e Sudeste continuaram com os maiores percentuais de pessoas com rendimento, enquanto o Nordeste, embora ainda abaixo da média nacional, apresentou o maior avanço em 2024.
O trabalho remunerado representou a maior parte do rendimento domiciliar per capita (74,9%). No entanto, fontes não oriundas do trabalho – como aposentadorias, pensões e programas sociais – continuam tendo peso significativo (25,1%). Aposentadorias e pensões foram responsáveis por 16,8% do total; os programas sociais, por 3,8%.
Notavelmente, os programas sociais como o novo Bolsa Família tiveram impacto relevante. Em 2024, 18,7% dos domicílios brasileiros recebiam o benefício, e 5,0% recebiam o BPC-LOAS – maior percentual desde o início da série.
O rendimento médio habitual do trabalho em 2024 foi de R$ 3.225 – uma alta de 3,7% em relação a 2023 e o maior valor da série histórica. Apesar disso, as disparidades regionais persistem. As Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentaram os maiores valores médios, enquanto o Norte e o Nordeste continuaram com os menores.
Já o rendimento médio proveniente de outras fontes ficou praticamente estável em R$ 1.915. Os maiores valores foram observados em aposentadorias e pensões (R$ 2.528), seguidos por outros rendimentos (R$ 2.135). O valor médio dos benefícios sociais também bateu recorde, com R$ 836 – reflexo, em parte, da criação de programas temporários, como no caso das enchentes no Rio Grande do Sul.
O Índice de Gini do rendimento do trabalho caiu para 0,488 em 2024, retornando ao patamar mais baixo desde 2022. A queda na desigualdade decorre, em parte, do maior crescimento relativo do rendimento entre os 20% mais pobres da população ocupada. A Região Sul apresentou o menor índice (0,449), enquanto o Nordeste teve o maior (0,510).
Os dados de 2024 revelam um cenário de crescimento do rendimento no país, com destaque para a retomada do mercado de trabalho formal e o fortalecimento das transferências sociais. No entanto, permanecem os desafios de redução das desigualdades regionais e de melhoria da qualidade dos rendimentos nas camadas mais vulneráveis da população.