O Brasil vive, mais uma vez, um momento que exige vigilância e mobilização de todo o povo que luta pela democracia e pelos interesses nacionais. A soberania do nosso país está sob ataque, e, para nossa indignação, não por forças externas apenas, mas com a conivência de figuras que já ocuparam o mais alto cargo da República e que seguem agindo contra os interesses do povo brasileiro.
Nos últimos dias, vimos escancarada uma manobra vergonhosa: a tentativa de interferência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em decisões da Justiça brasileira. Com evidente influência da família Bolsonaro, Trump busca pressionar diretamente um processo que deve se manter soberano, independente e livre de ingerências estrangeiras.
O mais escandaloso é que os mesmos que se apresentavam como “patriotas”, que vestiam verde e amarelo e discursavam, segundo suas narrativas, em nome da pátria, hoje se ajoelham diante de interesses externos. A busca de apoio de outro país para pressionar instituições brasileiras é uma traição à soberania nacional. Não se trata de relações diplomáticas ou econômicas, mas de chantagem política para proteger um grupo que se vê cada vez mais acuado pelas investigações e que tenta escapar das consequências de seus próprios atos.
É ainda mais vergonhoso que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tenha declarado apoio aberto a Donald Trump, ignorando os impactos dessa relação para o nosso estado. Com as taxações de 50% anunciadas pelo governo norte-americano, setores importantes da indústria paulista serão diretamente prejudicados, com riscos concretos de demissões, redução da capacidade produtiva e fechamento de indústrias. Essa conta chegará para todos: grandes e pequenos empresários, trabalhadores e trabalhadoras, pois São Paulo é o responsável por quase 32% do faturamento com as exportações para os Estados Unidos.
E não bastasse tudo isso, há ainda a especulação absurda sobre a possível nomeação de Eduardo Bolsonaro como secretário no governo estadual - uma manobra política inaceitável para blindá-lo de perder o mandato de deputado federal enquanto mora fora do país. Se confirmada, essa ação expõe de forma ainda mais clara o projeto de poder da extrema direita: manter privilégios e imunidades enquanto o povo sofre com o ataque aos direitos e a ampliação das desigualdades.
A CUT-SP, junto com as centrais sindicais, os movimentos populares e a classe trabalhadora, reafirma seu compromisso inegociável com a defesa da democracia, da soberania e dos interesses nacionais, valores expressos na “Carta em Defesa da Soberania Nacional”, lançada por diversas entidades nesta sexta-feira, 25 de julho. Não aceitamos tutela estrangeira sobre nossas instituições e não permitiremos que traições ao país se disfarcem de “estratégias políticas”.
O Brasil tem um povo forte, consciente e resistente. A CUT continuará nas ruas, como sempre esteve, defendendo a justiça social, os direitos da classe trabalhadora e as cores da nossa bandeira — que são do povo brasileiro, e não de quem a usou para enganar o país.
Não há democracia sem soberania. E não há soberania sem povo nas ruas, organizado e em luta!