Artigo - Traidores da pátria não ficarão impunes

A paciência e a resiliência são características de grandes estadistas, bem como a habilidade de negociar. Por isso, estou confiante de que o governo Lula conseguirá superar as diversidades e vencer as barreiras tarifárias estabelecidas pelos Estados Unidos. A imposição de uma taxação de 50% sobre os produtos brasileiros, que entra em vigor na próxima sexta-feira, 1º de agosto, pôs em evidência os traidores da pátria.

Não bastasse o encosto da família Bolsonaro, que fomentou a morte de mais de 700 mil pessoas devido à Covid-19 e praticou crimes contra a democracia, agora somos confrontados com os delírios do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Acreditando ser o imperador do mundo, ele atentou contra a nossa soberania. O Brasil não é circo, portanto, não vamos aplaudir a insensatez de extremistas exibicionistas.

No embate, o governo brasileiro conta com o apoio, não apenas dos países do grupo do Brics, mas também das nações afetadas pelas sanções tarifárias e as ameaças de Trump. Não nos submeteremos à chantagem de parasitas e tampouco à tirania de lunático.

Enquanto ganha tempo na mesa de negociação, o Brasil se prepara para cenários alternativos. O governo analisa formas de proteção para apoiar os setores impactados pelo aumento das tarifas e atender às empresas que não têm como redirecionar as vendas no presente momento.

De todas as nossas exportações, 13% são destinadas aos Estados Unidos e algumas empresas, principalmente fornecedores de produtos perecíveis, começam a ter prejuízos. No entanto, não seremos os únicos a perder com este conflito. Grandes corporações americanas, que mantêm operações em solo brasileiro, demonstram preocupação com o impacto que esses tributos podem ter.

A relação de negócio se baseia na reciprocidade. As exportações dos Estados Unidos para o Brasil somente continuarão se houver, igualmente, a oportunidade de comercializarmos nossos produtos naquele mercado. A realidade é que a instabilidade nas relações comerciais impulsiona as nações a buscarem parceiros alternativos, como a China.

As medidas de Trump expuseram os verdadeiros interesses de grupos econômicos, políticos e religiosos que incentivam a submissão do povo a fim de preservar seus privilégios. Que o ataque à nossa soberania contribua para a união e fortalecimento dos três poderes, desmistificando o nosso complexo de vira-lata. É imprescindível a conscientização para penalizar rigorosamente aqueles que negociam a nação com o intuito de perpetuar a exploração e a desigualdade social. Os traidores da pátria não ficarão impunes.


Eusébio Pinto Neto
Presidente da Federação Nacional dos Frentistas

 

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