Depois de aprovarem a Proposta de Emenda Constitucional da Blindagem, uma agenda inconstitucional, antidemocrática e golpista, que afronta a memória de todos que lutaram para construir um Congresso Nacional progressista e uma sociedade de respeito e dignidade que o Brasil merece, parlamentares almejam com esta PEC ter poderes para poder dificultar ou mesmo barrar investigações contra eles mesmos. Ou seja, a chave do galinheiro foi entregue às raposas.
Que crimes querem esconder? Trabalho escravo em suas terras, em suas empresas? Ligações com o crime organizado? Atos de corrupção e negócios escusos? Querem esconder o que será feito com o dinheiro público que recebem a partir de suas emendas parlamentares, as chamadas emendas pix, para as quais o ministro Flávio Dino, do STF, tem exigido fiscalização?
Esse plenário, em sua maioria, atua para jogar no lixo a nossa Constituição, conseguida por homens de verdade, como Ulysses Guimarães, que dizia "A corrupção é o câncer da democracia", "A justiça social é a pedra fundamental de um país verdadeiramente democrático".
É preciso reafirmar então que já tivemos parlamentares que passaram por essa Casa com moralidade, honestidade e senso de justiça para com a sociedade. Esse plenário atual não faz outra coisa a não ser dar chave para bandido entrar.
Ter visões distintas e interesses divergentes faz parte da democracia, mas não significa que podemos colocar em forte risco a nossa democracia, com a impunidade e os privilégios que escancaram relações escusas e desonestas, em total desacordo com a maioria da sociedade brasileira.
O que temos nesse mandato são parlamentares que tomam decisões baseadas em interesses pessoais, que não são os da sociedade, do povo, da classe trabalhadora, da coletividade.
Apelidada de PEC da Bandidagem, entre outros adjetivos, o que precisamos é ter guardado o nome de todos que aprovaram este absurdo para não repetir o erro de neles votar nas eleições gerais de 2026.
Eles não são merecedores do voto popular nem representam os reais interesses da nação. O povo brasileiro não aguenta mais este tipo de "representante" político, este descaso, esta violência política.
É preciso priorizar as votações para o bem da população, o desenvolvimento sustentável do Brasil, a saúde e educação, os direitos da classe trabalhadora, a geração de emprego decente, a valorização da nossa CLT, conquistada com muita luta, a valorização das negociações coletivas de trabalho, a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês e a taxação dos super-ricos, entre outras pautas relevantes.
Quando vamos voltar à normalidade e ter dignidade nesse País?
Sabemos que o que está por trás de determinadas ações parlamentares são interesses contrários a tudo que conseguimos construir nas últimas décadas. Essa "elite" política não pode ficar acima da lei e acima dos direitos dos cidadãos e cidadãs desse País.
Enfim, precisamos ter o foco da construção e vigilância permanente da nossa democracia. Só na democracia é que podemos crescer e não vamos permitir que haja retrocessos. Vamos nos mobilizar, sensibilizar o Senado Federal, não deixar que avance e derrubar essa PEC da Blindagem de "homens" e "mulheres" que precisam ainda aprender a ser humanos justos, solidários e decentes.
Sem anistia!
Como se não bastasse a PEC da Bandidagem, na sequência avançou na Câmara o projeto de anistia aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Para o Sindicato dos Padeiros de São Paulo, anistiar estes vândalos criminosos, que atentaram contra a democracia, o resultado das eleições, o processo eleitoral eletrônico, o patrimônio público histórico, artístico e cultural, o Estado Democrático de Direito e as instituições democráticas, é outra forma de crime.
Os parlamentares de direita já se aproveitam dessa brecha para continuar pressionando para anistiar o ex-presidente Bolsonaro, condenado no STF a 27 anos e 3 meses de prisão, juntamente com mais sete réus, pela trama de golpe de Estado e outros crimes contra a democracia brasileira.
Estamos de olho, deputados e senadores! Lutamos muito contra a ditadura e pela redemocratização do País e não aceitaremos retrocessos nem anistia a estes golpistas.