Artigo - A retomada das rédeas do país pelo povo

O Brasil precisa ampliar o caminho do crescimento econômico e dos investimentos para melhorar a vida do seu povo. Para isso, é necessário que a população participe ativamente deste processo para ser protagonista das transformações fundamentais.

O retorno do povo às ruas, no domingo, contra o desrespeito do Congresso Nacional que legisla em causa própria, é um marco histórico. O povo não é tolo. Essas ações positivas precisam ser usadas para aglutinar todas as classes na defesa de um projeto de nação. Por meio de iniciativas conjuntas, atingiremos o desenvolvimento e conseguiremos distribuir a renda para o andar de baixo.

O Congresso deveria se preocupar com as pautas de interesse do povo. A luta por direitos sociais e contra a precarização do trabalho se faz urgente. Temos que acabar com a perversa escala 6×1, que priva o trabalhador de ter uma vida em família. Com o avanço da tecnologia, a atual jornada de trabalho não faz sentido.

Nos últimos dois anos, houve um aumento brutal da produção e da acumulação do capital, com a concentração da renda nas mãos de uma minoria. É nesse contexto que os parlamentares deveriam dar urgência à pauta da taxação das grandes fortunas. A votação da Medida Provisória (MP) alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) também deveria ganhar prioridade.

Enquanto o Congresso põe em debate a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que blinda parlamentares, o projeto de isenção do Imposto de Renda, que vai beneficiar mais de 10 milhões de trabalhadores, não avança na casa. A Medida Provisória do gás do povo, que fornece gás gratuito para famílias de baixa renda, também está parada.

O país precisa investir no social, em ciências, pesquisa e tecnologia de ponta, para se tornar competitivo no mercado global e não depender de commodities agrícolas, que não agregam valor. Essa mudança é o caminho para garantir educação de qualidade, com uma gestão eficiente, saúde e moradia a preço acessível, principalmente, para as classes mais baixas.

Portanto, a retomada das ruas deve ser contínua, já que a maioria dos nossos políticos não tem condições éticas para desempenhar essa função, devido ao seu comprometimento com o que há de pior.

O mundo se transforma e devemos acompanhar esse desenvolvimento global com um projeto alternativo ao sistema neoliberal, que não conseguiu dar resposta às necessidades da humanidade.

Estamos num patamar de desenvolvimento e acumulação suficiente, o que deveria nos garantir o direito de desfrutar dos prazeres da vida. Precisamos de tempo livre para contemplar o belo, praticar esporte, lazer, arte, cultura e ter um período maior de convivência familiar e social.


Eusébio Pinto Neto
Presidente da Federação Nacional dos Frentistas

 

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