Artigo - Sintrabor luta contra jornadas que prejudicam o bem-estar do trabalhador

Uma das primeiras reivindicações da classe trabalhadora, desde o início da Revolução Industrial no século XVIII, foi a redução da jornada de trabalho, que naquela época chegava a até 16 horas diárias. Aliás, tanto o Dia do Trabalhador (1º de Maio) como o Dia da Mulher (8 de Março) têm origem em greves realizadas no século XIX, nas quais uma das principais pautas era justamente a redução da jornada para 8 horas diárias.

Vale ressaltar que a ganância dos empresários era tão voraz que:

  • não havia descanso semanal remunerado;
  • crianças de 10 anos trabalhavam horas a fio;
  • as mulheres não tinham licença-maternidade;
  • e os homens, assim como as mulheres, não tinham direitos previdenciários, entre outras violações.

Portanto, se hoje avançamos em diversos aspectos das relações entre capital e trabalho, isso se deve ao suor, sangue e lágrimas dos nossos antepassados — trabalhadores e trabalhadoras dos “chãos de fábrica” — que muitas vezes deram até as suas próprias vidas para que pudéssemos usufruir dos direitos trabalhistas que temos atualmente.

Ou seja: jamais foi por boa vontade dos donos das empresas, que sempre fizeram de tudo para explorar ao máximo, muitas vezes contando com a truculência dos organismos repressivos do Estado.

Com a Constituição Cidadã de 1988, ficou instituída no Brasil a jornada semanal de 44 horas. No entanto, ainda existem situações em que os trabalhadores cumprem 6 dias de jornada para descansar apenas 1 dia por semana — a famigerada Escala 6×1, responsável pela desestruturação de inúmeras famílias.

Por isso foi criado o Movimento VAT (Vida Além do Trabalho), que coletou centenas de milhares de assinaturas para que o Congresso Nacional coloque esse tema em pauta e acabe com essa forma de jornada. É nesse contexto que o nosso Sindicato, assim como defende o cumprimento da lei da igualdade salarial entre homens e mulheres, também luta para que, na nossa categoria, a Escala 6×1 seja extinta.

A “bola da vez” são as empresas do setor pneumático, com as quais estaremos negociando os novos Acordos Coletivos na Campanha Salarial 2026. Vamos envidar todos os esforços para incluir uma cláusula que contemple esse clamor dos trabalhadores e trabalhadoras — que querem ter tempo também para viver!


Márcio Ferreira
presidente do Sindicato dos Borracheiros de SP e da Fenabor, Federação dos trabalhadores nas indústrias da borracha

 

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