Os funcionários da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) entraram em greve nesta quarta-feira (24), véspera das eleições que ocorrerão em todo o sistema OAB. A greve foi deliberada em assembleia da categoria realizada na última quinta-feira (18). Os trabalhadores estão há dois anos sem reajuste salarial e sem Acordo Coletivo. A OAB-SP recorreu na Justiça do Trabalho contra a decisão do Dissídio Coletivo que assegurou todos os direitos econômicos e sociais do Acordo Coletivo de Trabalho 2020. Além disso, a Ordem não dialoga com o Sinsexpro, o sindicato representante da categoria, ignorando completamente a drástica situação de seus trabalhadores.
Diante da maior crise sanitária e econômica já vivida nos últimos 100 anos, a OAB-SP praticou demissões em massa e sem critérios deixando seus funcionários à deriva e sem direitos garantidos. Em todo o Estado, a OAB SP tem em seu quadro cerca de 2.100 funcionários.
Na segunda-feira (22), durante plenária virtual realizada pela CUT-SP com representantes das chapas que concorrem à nova direção da OAB-SP, o secretário-geral do Sinsexpro, Carlos Tadeu Vilanova, questionou os convidados sobre o desrespeito da Ordem com seus trabalhadores. A representante da Chapa 20, Ana Amélia Camargos, afirmou que é inaceitável a postura da OAB SP de ignorar completamente as negociações com o sindicato representante dos trabalhadores. Afirmou ainda que assustam os inquéritos e processos de assédio moral existentes na seccional paulista da Ordem. O representante da Chapa 14, Otávio Pinto e Silva, concordou com a colega afirmando que a OAB-SP tem que manter diálogo permanente com o sindicato, além de travar luta pelo fim do assédio moral em seu quadro funcional.
Já o representante da Chapa 11, Jonadabe Rodrigues Laurindo, chapa presidida por Caio Augusto Silva dos Santos, atual presidente da OAB-SP, apenas confirmou o descaso que a atual gestão da OAB SP tem com seus trabalhadores. O advogado ignorou completamente as questões apresentadas pelo secretário do Sinsexpro dando o tom de como continuarão a serem tratados caso a chapa 11 vença as eleições.