Conhecida como um dos destinos turísticos mais visitados no Estado de São Paulo, Campos do Jordão é uma cidade famosa não somente pelas paisagens e o clima frio, mas também pela variedade gastronômica e de bebidas. Localizada no interior de São Paulo, a cidade concentra fábricas de chocolates e de cervejas, que concentram grande parte da demanda de mão de obra na região.

É nesse contexto que, após intensa discussão e forte demanda dos trabalhadores e das trabalhadoras dessas indústrias, que nasce um novo sindicato, o STIACampos (Sindicato dos Trabalhadores Ativos e Aposentados nas Indústrias de Alimentação e Bebidas de Campos do Jordão).

Oficializado na última quinta-feira, 10 de fevereiro, em cerimônia que recebeu lideranças políticas, de movimentos sociais e sindical. No evento, a entidade também já se filiou à Central Única dos Trabalhadores (CUT), em forte demonstração de unidade e fortalecimento das lutas da classe trabalhadora.

“É muito satisfatório para o STIACampos se filiar à CUT, pois temos o entendimento de que para fortalecer as nossas lutas, garantir os nossos direitos e buscar os objetivos que a classe trabalhadora necessita, a Central é a ferramenta principal desde que foi criada para esta finalidade. Há consenso em nossa diretoria que essa filiação foi um passo muito importante para impulsionar as lutas não só em Campos do Jordão, mas em todo o Vale do Paraíba”, afirma o presidente do STIACampos, Paulo Siqueira, que trabalha na Minalba, produtora de água mineral.

A CUT-SP esteve representada pelo presidente, o professor Douglas Izzo, pelo vice-presidente, o bancário Luiz Claudio Marcolino, pelo coordenador da subsede no Vale do Paraíba, Zé Carlos dos Condutores, e Jair Francisco, Papeleiros, que também atua na subsede pela região de Jacareí, e Albertina de Souza Pena, que atua na região de São José dos Campos. Também participaram representantes da Força Sindical e da Conlutas.

"A oficialização deste novo Sindicato cria mais um instrumento de luta dos trabalhadores, pois agora fica mais próximo da base em Campos do Jordão e região. Parabenizamos a todos que participaram desse processo que culminou com esse momento importante. Um novo Sindicato que vem com um time que jamais vacilou na defesa dos direitos, na luta em defesa da democracia e contra o golpe sobre a presidenta Dilma. Sempre estivemos juntos nas ruas construindo os grandes atos, como as duas greves gerais, e fazendo a luta política contra o fascismo e este atual governo. Em nenhum momento nos fragilizamos diante dos desafios, que são grandes, e seguimos na luta em defesa da classe trabalhadora e da população brasileira. Queremos de volta uma política econômica capaz de promover geração de emprego e renda e a revogação das reformas e medidas que retiraram nossos direitos", diz o presidente da CUT-SP, o professor Douglas Izzo.

Esse será o terceiro sindicato CUTista em Campos do Jordão, que possui uma população com características conservadoras. “É uma cidade bastante conservadora, que atrai turistas, em sua maioria, também com esse pensamento. Então a chegada desse Sindicato reforça um movimento de mudança, ajudando a dialogar sobre a necessidade da luta por direitos e defesa de um projeto político que promova a justiça social”, diz o coordenador da subsede da CUT no Vale do Paraíba, José Carlos de Souza, o Zé dos Condutores.

As outras duas entidades filiadas à Central são o Sindicato dos Empregados, Comércio Hoteleiro, Bares Restaurantes Similares Campos do Jordão (SECHOTEL) e o Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba, que abrange a região.

Além de Campos do Jordão, o Sindicato irá representar os trabalhadores e as trabalhadoras dos municípios de Monteiro Lobato e São Bento do Sapucaí.

A primeira direção do STIACampos é composta respeitando a paridade de gênero, com metade das vagas integradas por mulheres. Iniciativa importante já que as indústrias de chocolates possuem majoritariamente mulheres na linha de produção.

Em tempos de ameaças e ataques promovidos pelos governos federal e estadual, de Jair Bolsonaro (PL) e de João Doria (PSDB), respectivamente, o surgimento de uma nova entidade é uma vitória para todos de Campos do Jordão, pois o sindicato nasce na perspectiva de ser solidário, oferecendo apoio a outros sindicatos e movimentos populares. “Sabemos que passamos por um momento político muito grave em nosso país, enfrentando um governo fascista e destruidor, que retira direitos, que ataca as entidades e os movimentos populares, então a fundação do nosso sindicato e a unificação [com a CUT], chegam para garantir mais vitória e direitos da classe trabalhadora”, finaliza Paulo.