O XIII Congresso dos Metalúrgicos chegou ao fim, neste domingo (29), com a aprovação de resoluções que apontam para a unificação das lutas e a continuidade do combate às crises impostas pelos governos e patrões. Foram três dias de intensas discussões e resoluções aprovadas pelos delegados eleitos pelos próprios trabalhadores.
As atividades aconteceram entre sexta (27) e domingo, na Colônia de Férias do Sindicato, em Caraguatatuba. Participaram 89 delegados de 21 fábricas. O Congresso foi realizado em meio a batalhas históricas da categoria, como na Avibras, Caoa Chery e MWL.
Uma comissão de trabalhadores da CSN, que organizou a luta por aumento de salários e direitos em Volta Redonda, também participou do Congresso.
Resoluções
As resoluções foram baseadas em discussões sobre conjuntura nacional e internacional, democracia operária, organização de base, mulheres, questões racionais, entre outros pontos que definirão os rumos do Sindicato e da categoria no próximo período.
Uma das resoluções aprovadas refere-se ao cenário eleitoral no Brasil. Ficou decidido:
“No processo eleitoral, incentivar os(as) trabalhadores(as), além de se contrapor a Bolsonaro, a construírem um programa que parta de suas necessidades e aponte para a ruptura com o sistema capitalista e para a construção de uma sociedade socialista. Incentivar e dar atenção às candidaturas que mantêm independência de classe em relação aos patrões e governos, como as do Polo Socialista e Revolucionário”.
Acesse aqui a íntegra das resoluções sobre a conjuntura nacional.
Para se chegar a essa decisão, foi considerado que não basta tirar Bolsonaro (PL) e manter o mesmo projeto de desigualdades sociais, também compartilhado pelo PT. Assim como Bolsonaro, Lula governou para ricos e traiu a classe trabalhadora. Agora, alia-se a Geraldo Alckmin (PSB), um tradicional representante dos interesses dos patrões.
Organização de base
O Congresso deste ano teve como tema “Organizar a luta por empregos, direitos e um Brasil dos trabalhadores. Neste sentido, uma das resoluções aprovadas foi:
“Definir como prioridade da atual diretoria a luta pelo avanço na organização no local de trabalho. Para isso, é preciso fortalecer e organizar o Conselho de Representantes de forma geral, por regiões e por fábricas maiores, entre diretores(as), delegados(as) sindicais, cipeiros(as), ativistas em geral e lesionados”.
“O Congresso cumpriu seu papel de dar voz aos trabalhadores, por meio dos delegados eleitos, e avançar em questões caras à categoria, como a democracia operária. Temos orgulho de nos manter no caminho de luta tradicionalmente traçado por este Sindicato e pela CSP-Conlutas, contra os governos e os patrões. Vivemos agora um momento de duras batalhas, em defesa dos empregos e direitos, como as que estão acontecendo na Caoa Chery e MWL. O Congresso nos deu o caminho”, disse o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.