O primeiro ensaio do CGT foi o CGG (Comando Geral de Greve) que no ano anterior, em setembro de 1961, organizou uma greve geral para garantir a posse do então vice-presidente, João Goulart, como presidente da República, diante da ameaça dos militares de impedir que o processo sucessório seguisse o rito natural, após a renúncia do presidente Jânio Quadros.

O CGT também foi consequência da retomada do movimento sindical desde a greve dos 300 mil de 1953 que reuniu metalúrgicos, têxteis, marceneiros e vidreiros que desencadeou a formação de organizações intersindicais como PUI (Pacto de Unidade Intersindical) e mais adiante o PUA (Pacto de Unidade e Ação) que articulou entidades sindicais do setor de transporte. 

O CGT teve grande importância na organização dos trabalhadores diante de uma conjuntura extremamente polarizada politicamente. A entidade chegou a ser nomeada de forma maldosa pela grande imprensa de o “quarto poder” justificando os ataques dos políticos conservadores que acusavam João Goulart de querer transformar o Brasil numa “República sindical”.

O CGT politizou o movimento sindical ao se engajar firmemente na defesa das “reformas de base” propostas pelo presidente João Goulart, como um importante passo para superação do subdesenvolvimento brasileiro. O golpe militar desarticulou o CGT prendendo as suas principais lideranças e impedindo que ele se formalizasse como Central Sindical, conforme estava previsto para acontecer no IV Congresso Nacional dos Trabalhadores em julho de 1964. No entanto, a luta do CGT em defesa da democracia continua sendo um exemplo de coragem que inspiraram as gerações seguintes até os nossos dias, incluindo a geração do “novo sindicalismo”, que fundou a CUT (Central Única dos Trabalhadores), em agosto de 1983.