Os trabalhadores da JC Hitachi, em São José dos Campos, aprovaram nesta quinta-feira (12) a pauta de reivindicações da Campanha de PLR 2023. A exigência é de R$ 10.164, o que representa 32% a mais do que a PLR de 2022.
Os metalúrgicos também reivindicam flexibilização das metas, vale-alimentação de R$ 450 e estabilidade no emprego desde já, com 90 dias de emprego garantido após a assinatura do acordo. A referência para o aumento do vale-alimentação é a alta da cesta básica em todo o país. Em São Paulo, a cesta é superior a R$ 700.
No ano passado, após aprovarem aviso de greve e se mobilizarem por quase um mês, os trabalhadores da JC Hitachi conquistaram PLR de R$ 7.700 com metas e vale-alimentação de R$ 230.
O Sindicato enviou a pauta de reivindicações aprovada à direção da fábrica e aguarda o agendamento de uma reunião de negociação. A entidade já foi autorizada pelos trabalhadores a rejeitar em mesa qualquer proposta igual ou inferior à de 2022.
Lucros altos
A JC Hitachi tem plenas condições de pagar uma PLR maior aos metalúrgicos, em 2023. Os lucros da empresa seguem aumentando, e a produção na fábrica está em alta, o que exigiu muitas horas extras dos trabalhadores em 2022.
O lucro líquido da Hitachi no ano passado superou em 556% o obtido em 2020. Na Johnson Controls, o lucro líquido entre 2020 e 2022 foi 143% maior.
Os dados foram levantados pelo Ilaese (Instituto Latinoamericano de Estudos Socioeconômicos) e mostram que, nos últimos dois anos, a Hitachi obteve os melhores resultados de sua história recente.
Como a JC Hitachi não divulga seus dados financeiros no Brasil, o Ilaese considerou os números mundiais da Johnson Controls International e da Hitachi, separadamente.
“Os trabalhadores da JC Hitachi conhecem a importância da mobilização pelo aumento da PLR. Foi com muita luta que eles conquistaram um valor maior no ano passado, e este ano não será diferente. A empresa está faturando alto, mas quem produz toda essa riqueza é o metalúrgico, que tem o direito de receber a sua parte”, afirma o presidente do Sindicato e trabalhador da JC Hitachi, Weller Gonçalves.