Redução de sobrecarga e de retrabalho, queda de 5% no absenteísmo, aumento da produtividade médio de 15% e melhoria da comunicação interna. Esses são alguns dos resultados preliminares alcançados pelo projeto SCORE, cujo propósito é ajudar a aumentar a produtividade e melhorar as condições de trabalho nas Pequenas e Médias Empresas (PMEs) do setor têxtil e de confecções da Região Metropolitana de São Paulo.
Os resultados foram apresentados no dia 22 de novembro pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), pelo SENAI-SP, implementadores do projeto, e por instituições parceiras em um evento em São Paulo, que reuniu 100 convidados do varejo, da indústria e do Sistema ONU.
“O evento que tivemos em nossa Unidade, não só marcou o encerramento do Projeto Piloto Score, bem como serviu para apresentar e enaltecer o belo trabalho desenvolvido pelas empresas participantes, com apoio incondicional dos especialistas da OIT e do SENAI Francisco Matarazzo, no que tange à implantação de melhores práticas de gestão de pessoas, das relações e condições de trabalho. Atributos estes que se demonstraram, nas próprias palavras de gestores e colaboradores das organizações participantes, primordiais para estabelecimento de um bom clima organizacional, da valorização e engajamento de equipes e para incremento de produtividade e competitividade da indústria” afirmou Arthur Dias, diretor SENAI Francisco Matarazzo - IST Têxtil, Moda e Confecção.
"O evento foi extremamente importante, mostrou uma união, uma integração do setor. O que nos incentiva, pelas sementes plantadas, a imaginar que nós vamos ter uma boa colheita. E nós estamos plantando sementes do bem, sementes que vão trazer desenvolvimento para a nossa indústria através de algo fundamental que é o relacionamento humano. É um exemplo que pode e vai ser seguido por outras iniciativas, mas principalmente avançando com o projeto SCORE dentro do Brasil", disse Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).
A metodologia SCORE atua de forma sistêmica, trabalhando o fluxo de informação, os processos e valorizando os profissionais, fortalecendo a promoção do trabalho decente no setor. Por meio de treinamentos práticos e consultorias in factory, a metodologia estimula colaborativo, com fluxos fáceis de informação e baixo custo, criando um ecossistema propício para inovação e criação de soluções.
“Em um mercado pulverizado e complexo, soluções simples e baratas são as que chegam mais longe e provocam mais transformação, a metodologia provoca as empresas, divide responsabilidades e multiplica conhecimentos. É sem dúvida uma grande experiência tanto para o setor quanto para a OIT.”, disse Vinícius Pinheiro, diretor do Escritório da OIT para o Brasil.
“É muito bom ver tantos atores importantes trabalhando juntos para promover um trabalho decente para o setor de confecção e vestuário, a CNTRV assim como a OIT acredita que as melhores soluções vem do diálogo social e o projeto SCORE está totalmente alinhado a esses valores” disse Cida Trajano, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo do Vestuário (CNTRV).
Com vistas a possibilitar a sustentabilidade da metodologia em território nacional o escritório da OIT para o Brasil firmou uma parceria com o Senai São Paulo, que se tornou um agente implementador para replicar a metodologia e possibilitar que mais pessoas e empresas sejam capacitadas no futuro.
Em junho passado, a OIT e o SENAI SP iniciaram a implementação das capacitações e consultorias in factory do projeto em 15 PMEs indicadas, que fazem parte da Abit e da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX).
“A ABVTEX congrega as principais marcas do varejo de moda, que estão unidas pelo propósito de promover a moda mais sustentável. Neste sentido, a nossa participação no projeto consolida o compromisso em prol do desenvolvimento da cadeia de valor, uma vez que a iniciativa evidenciou seu impacto positivo na capacitação das empresas fornecedoras com resultados nas melhorias de competitividade e produtividade, baseadas no aprimoramento das relações humanas de trabalho e colaboração entre liderança e liderados”, afirma Edmundo Lima, diretor executivo da ABVTEX.
Resultados preliminares
Em um período de cinco meses, das 15 empresas que iniciaram o processo, oito concluíram as capacitações e as consultorias previstas, mais de 67 pessoas foram capacitadas. Cabe ressaltar que mais de 1.200 trabalhadores e trabalhadoras e mais de 100 empresas fazem parte do ecossistema das empresas que receberam a metodologia SCORE, o que intensifica o alcance em potencial do projeto.
Os indicadores avaliados apontam para um aumento médio de 15% de produtividade, 12% de redução de retrabalho entre as pequenas empresas, e 19% de aumento de aumento de produtividade e 21% de redução de retrabalho entre as empresas médias. Foi percebida também uma redução de 5% do absenteísmo nas empresas.
A saudabilidade do contexto laboral foi abordada de várias formas, seja repensando processos, ampliando o conhecimento sobre diversidade, equidade e inclusão, ou mesmo conhecendo novas ferramentas de motivação e organização da equipe.
Resultados positivos também foram verificados com a implementação de equipes de melhoria contínua e de uma cultura que estimula os processos de melhoria contínua, com a participação de trabalhadores e trabalhadoras na forma efetiva na reestruturação de processos internos, diversificação de clientes, ambiente de trabalho mais saudáveis e acolhedores, redução de sobrecarga de trabalho e aumento da consciência e de políticas internas para população LGBTQIAP+. Outro resultado a ressaltar foi a estruturação do planejamento de produção e da precificação pelas PMEs, fatores determinantes para a saúde financeira das empresas e do setor.
Em março de 2024, os resultados oficiais serão lançados com um guia de boas práticas para o setor.
O SCORE conta com o apoio da Abit e da ABVTEX e com recursos provenientes de uma parceria entre a OIT e o Ministério Público do Trabalho (MPT).
Este projeto contribui para atingir os seguintes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 no Brasil: ODS 5 (Igualdade de gênero ), ODS 8 (trabalho decente e crescimento econômico ), ODS 9 (Indústria, Inovação e Infraestrutura ), e ODS 12 (Consumo e produção responsáveis ).