Desde o começo, o Sindicato dos Engenheiros critica a iniciativa do governo do Estado de SP de vender a Sabesp. Para a entidade, a privatização beneficiará uns poucos e lesará a maioria.
O presidente Murilo Pinheiro publicou artigo que reforça essa posição. Escreve: “O que pretendia ser uma apoteose privatista para os entusiastas da entrega do patrimônio público acabou em frustração. A oferta de 15% das ações teve como único interessado o grupo Equatorial, que ofereceu R$ 67,00 por ação, rebaixando o valor das ações da empresa, negociadas por R$ 74,97”.
Esse primeiro lote, afirma o dirigente, só poderia ser adquirido por organizações experientes no saneamento, “o que dificilmente se pode dizer da Equatorial”, que opera no Amapá - com os segundos piores indicadores do País, como pontuou, ao ICL Notícias, Amauri Pollachi, consultor do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” - da Federação Nacional dos Engenheiros.
“Se mantiver o calendário da desastrosa operação - argumenta Murilo - dia 19 o governo venderá parte do que detém da Sabesp, mantendo perto de 18% da companhia que hoje pertence ao povo paulista”.
Segundo o presidente dos Engenheiros, “ainda há tempo para recuo no mau passo inacreditável”. Se não, restará a judicialização, pois as irregularidades se avolumam no processo de privatização.
Para Murilo Pinheiro, a sociedade deve seguir mobilizada em defesa do saneamento público.