Os sindicatos que representam a categoria comerciária na Bahia, filiados à FEC Bahia, devem desenvolver ações para fortalecer a luta pela aprovação da PEC que põem fim à escala 6×1 e propõe a redução da jornada de trabalho no Brasil ASSINE A PETIÇÃO PÚBLICA AQUI. Essa foi a principal deliberação da reunião da entidade, realizada nesta terça-feira (12), na Sede do SintraSuper, em Salvador. Vários dirigentes participaram por videoconferência.
“Nossos dirigentes devem fazer esse debate em suas cidades, orientando os comerciários e as comerciárias para assinarem a petição pública a favor da PEC. A primeira grande ação, em todo o Brasil, será no dia 15 de novembro. Vamos participar. O centro da discussão é a redução da jornada de trabalho, ao propor carga horária de 36 horas semanais e os 4 dias de trabalho na semana. Isso é importante para gerar mais empregos e melhorar a saúde e dar mais qualidade de vida a quem trabalha no comércio”, pontuou.
Anfitriã da reunião, a presidenta do SintraSuper e da CTB Bahia, Rosa de Souza, reforçou a posição da Central a favor da PEC. “É um tema nacional e que envolve todas as categorias. A CTB Nacional fechou questão e orientou os sindicatos a fortalecerem essa luta. Além do fim do regime 6×1 e a implantação do modelo 4 dias de trabalho na semana (como está acontecendo na Europa), é importante debater seriamente a redução da jornada. Defendemos a redução para 6 horas diárias, sem redução de salários. Isso vai gerar mais empregos com novas turmas de trabalho. Lembrando que a deputada federal Alice Portugal é coautora da PEC”, afirmou.
CONJUNTURA COMPLEXA
O encontro teve a participação do vereador Augusto Vasconcelos, que abordou o momento político atual, e do secretário geral da CTB Nacional, Ronaldo Leite, que tratou da portaria do Ministério do Trabalho sobre registro sindical. “Primeiro, agradeço os votos recebidos na categoria comerciária, que terá o meu mandato à disposição para sua luta. O cenário ficou mais complexo com a eleição de Donald Trump presidente dos EUA, dando mais fôlego e força à extrema direita no mundo, especialmente no Brasil. As eleições municipais também confirmaram o crescimento da direita, com a eleição de muitos prefeitos conservadores. O governo Lula está sob pressão do mercado financeiro e do Centrão no Congresso, que exigem um ajuste fiscal em cima dos trabalhadores e dos mais pobres”, pontuou.
Segundo Vasconcelos, isso vai exigir povo na rua. “O apoio à PEC pelo fim da escala 6×1 é um primeiro embate importante. O movimento sindical tem grande papel a jogar na mobilização das categorias e da sociedade. É hora de retomar as lutas políticas, apoiar o governo Lula e impedir retrocessos nos direitos e a vitória da direita em 2026”, defendeu.
REGISTRO SINDICAL E ATUAÇÃO DO MTE
Por videoconferência, Ronaldo Leite explicou como está se dando o processo complicado de registro sindical no Ministério de Trabalho e Emprego (MTE). “Houve uma burocratização exagerada, dificultando muito para as entidades, que precisam observar detalhes para ficarem irregulares. Isso pode impedir que os sindicatos atuem institucionalmente e, também, juridicamente. Na Bahia, muitas entidades estão em situação difícil. No Conselho Nacional do Trabalho e junto ao Ministério, a CTB tem atuado para ajustar alguns pontos da portaria e facilitar os processos. Entendemos que o MTE tem que ajudar a fortalecer o movimento sindical, até para desenvolver lutas em defesa do governo, mantendo a sua autonomia. É importante que nossos dirigentes entrem no grupo de WhatsApp para acompanhar as informações sobre a situação das entidades em relação ao registro sindical”, enfatizou.
DEBATE RICO
Aberto o debate, se posicionaram os dirigentes Dalva Leite, Edvã Galvão, Antônio Suzart, Renato Ezequiel, Reginaldo Oliveira, Rosemeire Correia, Ailton Plínio e Taina de Jesus. Eles falaram sobre ajustar a organização e ação política; dar uma ‘sacudida’ no movimento sindical para reverter esse quadro e sermos vitoriosos em 2026; os novos dirigentes na categoria, ajudando a oxigenar a luta; o MTE não ajudar a fragilizar os sindicatos, prejudicando também o governo; a vitória de Donald Trump nos EUA, o vai estimular a direita no mundo; melhorar a comunicação com as bases; a situação política na Bahia, com a base do governador ganhando a maioria das prefeituras (308), mas vários partidos, nacionalmente, têm complicado para o governo Lula; exigência maior das lideranças sindicais para mostrar caminhos mais avançados para melhorar a sociedade.