O Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro está convocando os trabalhadores a participarem do ato pelo fim da escala 6x1, nesta sexta-feira (15), às 10h, na Cinelândia. A iniciativa, também promovida pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT) e outros organizações sociais, tem como objetivo pressionar deputados federais a votarem pela tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que reduz a atual jornada de trabalho no Brasil.
“É muito importante a participação da população e, principalmente, dos trabalhadores mais afetados por essa escala. Sabemos que, com apenas um dia de folga na semana, é desanimador usar este tempo para estar nas ruas cobrando o óbvio. Mas somente com muita união, vamos conseguir mudar essa prática desumana”, afirma Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro.
A mudança na escala de trabalho é uma das principais bandeiras do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro. No início deste ano, Ayer esteve com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e solicitou uma audiência para debater o tema.
“Como trabalhador do comércio e presidente do Sindicato que tem a maior base de trabalhadores nessa escala exploratória e escravocrata, tenho propriedade para dizer que a escala 6x1 está nos matando a cada dia”, afirma Ayer. “Entendendo a atual conjuntura política e os desafios que o país enfrenta, é necessário um amplo debate com todos os setores da sociedade para encontrar uma solução que priorize a vida humana”.
Ayer lembra que algumas empresas no Brasil já estão testando cargas horárias menores sem redução de salário, assim como tem acontecido em muitos países ao redor do mundo. Estudos realizados relatam aumento de produtividade com uma jornada menor de trabalho.
“Além da defesa da saúde mental e física dos trabalhadores, é preciso enfatizar que a redução da jornada de trabalho, segundo o Dieese, pode estimular a criação de até seis milhões de empregos”, comenta Ayer.
Para o sindicalista, o debate sobre a redução da jornada de trabalho deve ser feito com um diálogo amplo, com diversos segmentos da sociedade, envolvendo trabalhadores, poder público e empresários, para que se chegue a um modelo sustentável economicamente.
“Essa discussão é urgente e deve ser prioridade em todas as esferas de governo”, conclui Ayer.