Com a Selic nas alturas, a classe trabalhadora corre o risco de enfrentar ainda mais aumentos na taxa básica de juros. O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC) na segunda-feira (6), revelou que o mercado projeta que os juros podem chegar a 15% ao ano em 2025.
O presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP), Erick Silva, alerta que é importante olhar as projeções sobre os juros com cuidado
“O mercado financeiro usa as projeções como forma de especulação e, consequentemente, como oportunidade para lucrar. E isso é um grande problema para o Brasil e influencia diretamente na decisão do Banco Central na hora de definir a taxa de juros”.
Ele completa que os empresários tendem a levar as projeções ao extremo para pressionar o governo, principalmente quando as ações são em benefício da sociedade brasileira.
“Isenção do imposto de renda para aqueles que ganham R$ 5 mil, programas que garantem renda mínima para os mais pobres, entre outros, são medidas que nunca agradam o mercado e, com isso, crescem as especulações para que os juros subam, prejudicando nossa economia e penalizando a classe trabalhadora”.
Atualmente a Selic está em 12,25% ao ano. Isso faz com que o Brasil tenha a segunda maior taxa de juros reais do mundo, atrás apenas da Turquia. Juros reais se trata da taxa de juros descontando a inflação, sendo o índice que mais afeta a economia.
A taxa básica de juros é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central. Os membros do órgão se reúnem a cada 45 dias para definir o patamar da Selic. A primeira reunião de 2025 acontece no final do mês, em 28 e 29 de janeiro.
Ruim para o Brasil
O secretário-geral da FEM-CUT/SP, Max Pinho, alerta que a Selic no atual patamar, além da projeção de aumento, segue penalizando o país.
“Quando os juros estão tão altos como agora, os investimentos são limitados e, com isso, a economia é prejudica. O principal risco é a volta do desemprego, que hoje está em um dos menores patamares da história. Sem a população empregada e com renda, podemos caminhar para uma crise econômica com fome e miséria.”
Erick Silva aponta também que a classe trabalhadora sofre com os juros altos. “A Selic em alta encarece o crédito, que é fundamental na vida dos trabalhadores para comprar, construir e investir, ou seja, tudo aquilo que faz a economia girar. Portanto, é a classe trabalhadora a mais prejudicada”, afirma.
Max completa que é preciso manter a mobilização para cobrar juros menores no Brasil. “No ano passado, a FEM-CUT/SP esteve junto dos movimentos sindicais e sociais lutando pela queda dos juros. Agora, com o novo presidente do BC, temos que intensificar a luta e cobrar que as decisões do Copom estejam de acordo com os objetivos da sociedade para o pleno crescimento econômico do país”.