A direção da CUT São Paulo manifesta profunda indignação e tristeza diante do ataque bárbaro ocorrido no Assentamento Olga Benário, em Tremembé, no Vale do Paraíba, em São Paulo, na noite de sexta-feira (10). A ação criminosa, realizada por um grupo armado, tirou a vida de duas pessoas, incluindo Valdir do Nascimento, o Valdirzão, liderança histórica do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e deixou seis feridos.
Todo nosso pesar às famílias dos companheiros Valdir Nascimento, e Gleison Barbosa, o Guegue, vítimas fatais deste ataque.
"Este ataque não é apenas contra os militantes do MST, mas contra todos que lutam pela justiça social e por um Brasil democrático. Valdirzão foi uma referência de coragem, compromisso e resistência. A sua morte é um alerta para o fortalecimento da luta contra a violência sistemática enfrentada pelos movimentos sociais e trabalhadores rurais", afirmou o presidente da CUT-SP, Raimundo Suzart.
Valdir do Nascimento tinha 52 anos e dedicou sua vida à causa da reforma agrária e foi peça fundamental nas conquistas de assentamentos no Vale do Paraíba. Era conhecido por sua luta incansável contra a grilagem de terras e a venda ilegal de lotes. Sua determinação em proteger os direitos das famílias assentadas incomodava interesses poderosos, como grupos de milicianos que, nos últimos anos, têm intensificado ataques com o apoio de figuras públicas e a conivência de autoridades.
O ataque ao assentamento Olga Benário, regularizado pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) há mais de 20 anos e lar de 45 famílias, evidencia a violência crescente e o perigo enfrentado por quem defende um Brasil mais justo e igualitário.
"A impunidade para crimes como este é inaceitável. Exigimos que as autoridades estaduais e federais investiguem e punam os responsáveis ??com o máximo rigor. Não podemos permitir que lideranças populares sejam assassinadas por defenderem o direito à terra e à dignidade", reforçou o presidente da CUT-SP, Raimundo Suzart.
A CUT São Paulo presta solidariedade às famílias das vítimas, aos moradores do assentamento e a todos os militantes do MST. Reiteramos nosso compromisso com a defesa da democracia, da justiça social e da reforma agrária, pilares fundamentais para a construção de um país que respeite e valorize a classe trabalhadora.
Lutar pela terra não é crime e as famílias assentadas têm o direito de viver em paz. Justiça para Valdirzão e todas as vítimas da violência no campo.
Companheiro Valdirzão, presente!
Companheiro Guegue, presente!
Direção da CUT-SP
São Paulo, 11 de janeiro de 2025