Notícia - Categoria petroleira realiza mobilização histórica contra mudanças unilaterais no teletrabalho

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos realizaram nesta terça-feira (14) atos contra as mudanças que a gestão da Petrobrás pretende impor no regime de teletrabalho. O ato central foi realizado no Edifício Senado, o principal prédio administrativo da empresa, localizado no centro do Rio de Janeiro, e teve caráter histórico, dada a ampla presença de trabalhadores e trabalhadoras do setor administrativo.

“Eu, em 22 anos de Petrobrás, nunca tinha visto uma mobilização assim do setor administrativo”, afirmou durante o ato a diretora da FUP e coordenadora geral do Sindipetro Unificado, Cibele Vieira, que é trabalhadora do setor: “Eu sei o que é a gente passar anos após anos com a desconfiança de que o escritório não mobiliza, com a desconfiança de que nada é capaz de fazer a gente enfrentar uma decisão unilateral da empresa”.

Contrariando essa visão, o administrativo gerou uma grande mobilização na porta do Edisen na tarde desta terça-feira. No carro de som, a diretora da FUP criticou a atitude da Petrobrás: “É incabível a gente ter passado pelos anos que a gente passou, de desmonte da Petrobrás, de tentativa de privatização, de uma gestão primeiro de Temer, depois de governo Bolsonaro, que não nos queria mais na empresa e fazia de tudo para nos adoecer e fazer a gente sair do Sistema Petrobrás e ver esse tipo de atitude de parte da gestão”.

Vieira falou diretamente à presidenta da companhia, Magda Chambriard: “Não tem como a gente aceitar, Magda, que você siga tendo esse tipo de atitudes que são mais cabíveis no governo anterior; a gente já mudou a conjuntura política, já é outro governo, com uma visão de reconstrução dessa empresa”.

O movimento sindical petroleiro defende que as regras do teletrabalho sejam estabelecidas por meio de negociações coletivas com os sindicatos, garantindo que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados e que haja um diálogo aberto sobre as condições de trabalho, inclusive com a inclusão do tema como cláusula do ACT. Neste sentido, os trabalhadores e trabalhadoras presentes na porta do Edisen aprovaram por unanimidade o Estado de greve, overbooking no dia 23 de janeiro e café da manhã com atraso no dia 30 do mesmo mês.

Atos pelo país

No marco da mobilização nacional, diversas bases da FUP realizaram atos contra os retrocessos no Teletrabalho. O Sindipetro Unificado realizou atos na Refinaria de Paulínia e no Esbras, Edifício sede de Brasília. Na região Norte Fluminense o sindicato convocou atos para todas as bases da empresa onde tem trabalhadores administrativos, Cabiúnas, Imbetiba e Parque de Tubos. Na Bahia, os petroleiros e petroleiras realizaram uma nutrida mobilização na Torre Pituba, em Salvador, prédio reaberto em julho de 2023, após grande luta do Sindipetro Bahia. No Espírito Santo, o Sindipetro realizou um ato no Edivit, que também contou com boa participação da categoria.

No ato na Bahia, o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, lembrou que apesar das mudanças conquistadas desde a pandemia devido à pressão das entidades sindicais – que chegou ao modelo atual de teletrabalho –, “não há formalização de um acordo coletivo entre a gestão do Sistema Petrobrás e o movimento sindical e, por tabela, não existe força de lei no que está ali determinado em padrões”. Para ele, “não há como ter qualquer tipo de discussão em relação ao teletrabalho sem que haja uma formalização de acordo”.

 

 


Fonte:  FUP - 15/01/2025


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