A capital de São Paulo tem 11,45 milhões de habitantes, de acordo com o último censo de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e parte deles, somente em outubro do ano passado, realizaram 194,9 milhões de viagens de ônibus, um recorde para um único mês desde janeiro de 2020, segundo a SPTrans, empresa pública responsável pelo transporte. No entanto, a frota da cidade tem caído. Em 2018, foram retirados de circulação 865 ônibus. Na época o então secretário de Transportes, João Octaviano, disse que a retirada dos veículos estava prevista pelo novo sistema de licitação da prefeitura.
O preço da passagem também não ajuda, sendo um dos mais caros do país: R$ 5,00. O último reajuste anunciado no final do ano passado pelo governo do prefeito Ricardo Nunes (MDB), foi de 13,6%.
Se levarmos em consideração o valor do salário mínimo de R$ 1.518, 00, um trabalhador que não seja formalizado e sem receber o vale transporte irá gastar no mínimo, R$ 10,00 por dia, ou R$ 260,00 por mês se ele trabalhar na escala 6 x 1.
Toda essa despesa sequer é compensada pela qualidade do transporte. Nem todos os ônibus têm ar condicionado, os atrasos e a lotação são constantes e a parte da frota é sucateada. Para piorar a situação 3.400 ônibus com 10 anos de uso deveriam ser substituídos este ano, mas o prefeito Ricardo Nunes decidiu no final de 2024, ampliar esse tempo para 13 anos.
Por isso e tantos outros motivos, que o povo pobre e da periferia tem muito pouco a comemorar neste aniversário da cidade, embora se reconheça as oportunidades criadas na cidade e a sua boa reputação nas áreas da gastronomia, cultura, artes e lazer.
Reajustes em 2025
As dificuldades da população para utilizar o transporte público são diárias e não são exclusividade de São Paulo. Em diversas cidades as tarifas estão cada vez mais caras e sem nenhuma contrapartida aos seus usuários. Somente este ano sete capitais reajustaram as tarifas. E um levantamento divulgado há pouco mais de 20 dias, mostrou que os reajustes atingiram pelo menos outras 17 cidades do país. Não se tem um levantamento sobre os preços nos mais de 5.500 municípios do país.
A passagem mais cara é a de Florianópolis (SC), de R$ 5,75 para os usuários do Cartão Cidadão do Sistema Integrado de Mobilidade. Para os pagamentos em dinheiro ou QRCode, o valor é R$ 6,90, o que configura a passagem de ônibus mais cara do país.
Em Belo Horizonte (MG), o valor da passagem das linhas curtas passou para R$ 2,75 e o das linhas convencionais, R$ 5,75.
O preço em Natal (RN), a tarifa de ônibus custa R$ 4,90. Para as linhas de bairro, o preço inteiro do bilhete ficou em R$ 4,30.
Na grande Recife (PE), a tarifa do transporte do Anel A aumenta de R$ 4,10 para R$ 4,28 (podendo ser arredondada para R$ 4,30).
No Rio de Janeiro, a tarifa está custando R$ 4,70.
Já na capital da Bahia, Salvador, a tarifa do transporte público aumentou R$ 0,40 – alta de 7,69% – e a passagem de R$ 5,20 subiu para R$ 5,60 para ônibus comum, para ônibus do Subsistema Local Integrado de Transporte (SLIT), conhecido por amarelinho, e o BRT.
Fora das capitais brasileiras, o aumento da tarifa do transporte público também poderá ser verificado nas cidades de São Paulo. Entre elas estão: Barueri, Caieiras, Carapicuíba, Campinas, Ferraz de Vasconcelos, Itapevi, Itaquaquecetuba, Jandira, Osasco, Ribeirão Pires, Santo André, Suzano, Taboão da Serra, além do Corredor Metropolitano ABD da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU), nas linhas que ligam os terminais São Mateus/Jabaquara; Diadema/Brooklin. No decorrer do mês o reajuste será nos bilhetes de Arujá e Mauá, no interior do estado.
O incremento nos valores das passagens ainda atinge os moradores de Caxias do Sul (RS) e Contagem (MG).