A Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP) acompanha com atenção a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), que acontece nesta terça e quarta (28 e 29), e orienta a categoria metalúrgica a se manifestar, nas redes sociais e nas fábricas, contra a especulação do mercado financeiro sobre o aumento da taxa básica de juros.
A entidade destaca, ainda, que os trabalhadores devem estar atentos e participar de eventuais atos chamados pelas instituições sindicais. Além disso, a direção da FEM-CUT/SP repudia tais especulações, que prevê que o órgão aumente em um ponto percentual a taxa básica de juros (Selic), elevando o índice para 13,25% ao ano.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Quando a taxa Selic é reduzida, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
A direção FEM -CUT/SP afirma que aumentar a Selic afeta diretamente os setores produtivos e, principalmente, a classe trabalhadora. Para a entidade, o Brasil vive um monte de claros sinais de recuperação e crescimento, que podem ser afetados com um eventual aumento dos juros. Isso coloca em risco os avanços conquistados nos últimos anos.
Para a direção da Federação, aumentar a Selic não é uma solução adequada para controlar a inflação porque traz impactos negativos sobre o emprego e o poder de compra dos trabalhadores. Juros altos tornam o crédito mais caro e, como consequência, as famílias brasileiras têm mais dificuldade de acessar financiamentos. Com isso, há uma retração da demanda e a produção industrial e o comércio, principalmente, são afetados.
A FEM-CUT/SP defende que o Banco Central e os membros do Copom não estejam a serviço do mercado financeiro e que não sacrifiquem o crescimento econômico brasileiro nem o bem-estar da população. É preciso que todos estejam de acordo pelo desenvolvimento e pelo fortalecimento do Brasil, buscando políticas públicas que incentivem a produção nacional, a geração de empregos e a distribuição de renda são caminhos necessários para um desenvolvimento sustentável e inclusivo.
A direção da entidade segue firme na luta contra o aumento da Selic e continuará vigilante e atuante na defesa dos direitos dos trabalhadores e na luta por uma economia que beneficie a todos, e não apenas o mercado financeiro.